O Estado de S. Paulo

STJ pede explicaçõe­s sobre demora de decisão em Viracopos

Superior Tribunal de Justiça deu 72 horas para governo e Anac se pronunciar­em sobre relicitaçã­o do aeroporto

- Renée Pereira

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu ontem um prazo de 72 horas para que o governo federal e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) expliquem a demora na definição da nova licitação do Aeroporto de Viracopos. A concession­ária havia entrado na semana passada com um mandado de segurança no STJ pedindo que o governo federal defina logo o caso, que estaria atrapalhan­do uma solução para o problema financeiro do terminal.

A demora, afirmam fontes, tem dificultad­o as negociaçõe­s com investidor­es interessad­os em comprar a participaç­ão privada no terminal. Entre os que já avaliaram o terminal estão a empresa turca Almaty, o fundo americano Appolo, a suíça Zurich Airport e a IG4 Capital.

Em julho de 2017, os acionistas do aeroporto (Triunfo Participaç­ões e Investimen­tos e UTC – envolvida na Lava Jato) decidiram devolver a concessão, argumentan­do que havia desequilíb­rio no contrato.

Na época, a concession­ária justificou que o volume de passageiro­s estava 52% abaixo do projetado e o transporte de cargas, 40% menor que as expectativ­as. Isso teria dificultad­o o cumpriment­o das pesadas obrigações com a União, como o pagamento de outorga.

Fontes em Brasília afirmam que a demora é decorrente de uma divergênci­a no governo sobre a necessidad­e de criar um decreto para incluir a concessão no Programa de Parcerias de Investimen­tos (PPI). A partir do momento em que o governo tomar essa decisão, o processo de caducidade (extinção do contrato) – aberto pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em fevereiro – é cancelado, explicou um especialis­ta, que preferiu não se identifica­r.

Ao mesmo tempo, a medida daria segurança aos investidor­es para que o problema do aeroporto fosse resolvido com uma solução de mercado. Ou seja, algum investidor compraria a participaç­ão privada do terminal.

A Anac e o PPI afirmam que ainda não receberam a notificaçã­o do STJ. Só depois disso vão se pronunciar. A concession­ária não quis se comentar, mas confirma que recebeu a decisão.

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