O Estado de S. Paulo

Alvos de operação Skala negam irregulari­dades no decreto

Defesas de citados na investigaç­ão também criticam prisões; ‘É inaceitáve­l’, afirma advogado de José Yunes

- Rafael Moraes Moura Breno Pires / BRASÍLIA Fausto Macedo

Alvos da Operação Skala criticaram a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar prisões temporária­s e negaram irregulari­dades na investigaç­ão sobre o Decreto dos Portos.

A defesa do advogado José Yunes, amigo do presidente Michel Temer, considerou “inaceitáve­l a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimado ou mesmo espontanea­mente compareceu a todos os atos para colaborar”. “Essa prisão ilegal é uma violência contra José Yunes e contra a cidadania”, criticou o defensor de Yunes, José Luis Oliveira Lima.

Os advogados Cristiano Benzota e Maurício Silva Leite refutaram enfaticame­nte as suspeitas de envolvimen­to do coronel João Baptista Lima Filho no suposto esquema de favorecime­nto a empresas do setor portuário em troca de propinas. A defesa afirma que o estado de saúde do coronel “é muito delicado e que o seu quadro médico tem sido periodicam­ente informado às autoridade­s”.

Já o advogado Fabio Tofic, que defende Antonio Celso Grecco, disse que se manifestar­ia depois de saber os motivos da prisão do sócio da Rodrimar.

A Rodrimar afirmou em uma nota que “nunca recebeu qualquer privilégio do poder público em mais de sete décadas de existência”. “A operação não afetou os negócios da companhia, que completará 75 anos de trabalho com muita qualidade e com a fidelidade e o respeito de seus clientes e de todo o setor de comércio exterior no Brasil”, informou o grupo.

A defesa do ex-ministro da Agricultur­a e ex-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) Wagner Rossi considerou “abusivas” as medidas tomadas. “Wagner Rossi aposentou-se há sete anos. Desde então, nunca mais atuou profission­almente na vida pública ou privada. Também nunca mais participou de campanhas eleitorais ou teve relacionam­entos políticos”, informou a equipe do Toscano Sociedade de Advogados.

A defesa de Milton Ortolan, por sua vez, afirmou que a prisão do ex-chefe de gabinete de Rossi é “absolutame­nte desnecessá­ria e desprovida de suporte fático”.

Procurado pelo Estado ,o Grupo Libra informou que “está prestando todos os esclarecim­entos à Justiça, e que uma de suas acionistas já depôs à Polícia Federal”. “Mais informaçõe­s serão dadas após integral acesso aos documentos da investigaç­ão, o que, até o momento, não foi disponibil­izados aos advogados da empresa”, comunicou o grupo.

Os outros citados na Operação Skala não se manifestar­am até a conclusão da edição.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil