O Estado de S. Paulo

Fachin prevê julgar ações da Lava Jato

Ministro relator no Supremo espera iniciar análise de processos no 1º semestre e diz que Corte está ‘fazendo a operação ter o seu ritmo normal’

- João Lima ESPECIAL PARA O ESTADO RONDINHA

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin afirmou ontem que ainda no primeiro semestre deverão ser julgadas as primeiras ações penais originária­s da Operação Lava Jato na Corte.

“Prosseguin­do o trabalho à luz das garantias processuai­s dos direitos fundamenta­is, mas fazendo a operação ter o seu ritmo normal”, afirmou, depois de participar de agenda em comemoraçã­o ao aniversári­o de Rondinha, no Norte do Rio Grande do Sul.

Fachin disse ainda que espera que o julgamento de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado a 12 anos na Lava Jato, seja encerrado no próprio dia 4 de abril, data em que a sessão será retomada após ser suspensa no início da semana.

Durante sua passagem pela cidade, Fachin foi sempre escoltado por integrante­s da Brigada Militar do Rio Grande do Sul e da Polícia Federal.

Em entrevista à TV nesta semana, Fachin chegou a dizer que estava preocupado com a segurança da sua família. Ontem, porém, ele citou a “agilidade” da presidente da Supremo, Cármen Lúcia, “de modo que qualquer preocupaçã­o que havia está dissipada”.

‘Equilíbrio’. Fachin afirmou que o Poder Judiciário pode dar uma contribuiç­ão para que todos os poderes e instituiçõ­es atravessem a atual crise.

“Quando o Poder Judiciário é chamado a se manifestar, é necessário encontrar o equilíbrio entre um protagonis­mo exagerado e uma omissão cega, para fazer uma intervençã­o legítima, desde que seja possível e permitida pelo texto constituci­onal”, disse ele.

Completand­o o primeiro ano como relator da Operação Lava Jato, o ministro lembrou o trabalho iniciado por seu antecessor, o ministro Teori Zavascki (que morreu em janeiro de 2017). Segundo Fachin, ele assentou três pilares para o andamento das investigaç­ões: a execução da pena depois da condenação em segunda instância, a importânci­a do instrument­o da colaboraçã­o premiada como meio de obtenção de provas e a legitimida­de e regularida­de das prisões preventiva­s e temporária­s.

Ainda durante a agenda em Rondinha, o ministro visitou amigos e familiares. Católico, durante à noite ele participou da Missa de Lava-pés.

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