O Estado de S. Paulo

'Um time que já conquistou tudo precisa de motivações novas'

Alison, campeão olímpico e bi mundial de vôlei de praia Sucesso da parceria com Bruno Schmidt fortalece objetivo do atleta em disputar, em Tóquio, sua terceira Olimpíada

- Andreza Galdeano

Atuais campeões olímpicos, Alison e Bruno Schmidt iniciaram 2018 almejando novos objetivos e sonhando com os Jogos de 2020, em Tóquio. Sem Mundial e classifica­ção para a Olimpíada este ano, os brasileiro­s mantêm o foco nos bons resultados como motivação de um time que “já conquistou tudo”. Em entrevista ao Estado, Alison fala sobre o seu próximo desejo profission­al e pessoal: disputar pela terceira vez os Jogos Olímpicos.

• O grande objetivo da dupla é a classifica­ção para os Jogos de Tóquio, em 2020?

Sim, sabemos de todas as dificuldad­es e, apesar de sermos os atuais campeões olímpicos, o Brasil tem cinco times com totais condições de representa­r bem o País. São atletas jovens, altos e que querem um lugar no time Brasil. Temos de superar as dificuldad­es não só no País, mas também no Circuito Mundial, que é muito forte. São vários times novos que querem brigar por isso também, que têm esse sonho. Temos de evoluir a cada dia com treinament­os, nos dedicando, estudando e fazendo o melhor dentro de quadra.

• Como está a preparação para alcançar a classifica­ção?

A preparação para os Jogos não envolve só jogar. É treinament­o, dedicação, foco e objetivo. Estamos treinando muito fisicament­e, evoluindo nosso time, estudando os nossos adversário­s, porque eles também estudam a gente. Tentamos sempre aprender um pouco de cada jogo, cada final. Assim vamos evoluindo e fazendo o nosso melhor. Isso é que faz um time campeão. E não é só ser campeão, é se manter entre os melhores do mundo.

• Caso conquiste o bicampeona­to olímpico em 2020, será um feito inédito para o Brasil na modalidade. Qual é a sensação de pensar que a dupla pode garantir esse resultado expressivo?

Eu tenho um foco e um objetivo grande na minha carreira e na minha vida pessoal: disputar três edições dos Jogos Olímpicos. Já disputei duas, fiz duas finais com dois parceiros diferentes e estou indo para o meu terceiro ciclo olímpico, e pela primeira vez com o mesmo parceiro. O nosso objetivo é o mesmo: poder se classifica­r, representa­r o nosso País e conquistar uma medalha de ouro. Um feito inédito para os dois atletas. O objetivo é muito grande e difícil, mas é encantador e mantém o foco dos atletas. Somos competitiv­os, eu e o Bruno queremos mais e mais. Nós sabemos das dificuldad­es que vamos enfrentar e é isso que nos motiva. Um time que já conquistou tudo precisa de motivações novas, estamos encarando isso da melhor maneira. Essa conquista está sendo o grande desafio, estamos motivados para que aconteça.

• Você falou sobre "um time que já conquistou tudo". Pensando por esse aspecto, qual é a motivação para encarar esta temporada?

Acho que quando você atinge o auge, conquista todos os títulos como time, como uma equipe e individual­mente também, você precisa colocar novos objetivos que possam te motivar. O objetivo esse ano é conquistar bons resultados e está dando certo.

• Quais são os planos para 2018?

É fazer sempre cada campeonato como se fosse uma final. Em 2018 não temos Mundial e, como não temos classifica­ção para a Olimpíada, então colocamos isso na cabeça. Ficamos em nono nos Estados Unidos, não foi um resultado bom para o nosso time, mas mantendo a cabeça nos treinament­os e fazendo o nosso melhor já demos resultado. Logo teremos uma etapa em Aracaju e nós vamos com esse mesmo pensamento.

• No fim do ano passado você desfalcou a dupla pela segunda vez consecutiv­a e não jogou a última etapa do Circuito Brasileiro. Como foi a lesão que sofreu?

Eu tive uma lesão no fim do ano passado na perna esquerda e a melhor solução foi dar uma parada e segurar duas etapas, algo em torno de um mês. Logo depois, entrei de férias. Nesse período, continuei trabalhand­o na academia e fora de quadra também.

• Como você lida quanto tem uma contusão dessas?

A sensação de não poder jogar de novo, de ter de parar, é horrível. Mas acho que a experiênci­a que eu passei no final de 2014 e início de 2015 foi muito gratifican­te no ponto de amadurecim­ento como atleta e como ser humano. Me ajudou muito a encarar as coisas diferentes, como encarar o momento de um atleta. Valeu a pena por tudo o que aconteceu e encarei da melhor maneira.

• Este ano vocês já conquistar­am as etapas de Fortaleza e Maceió. Essas conquistas aumentam a motivação para os próximos meses?

Ganhar duas etapas, fazer três finais, é muito bom para a confiança de trabalho e para o resto do ano. Esse ano nós começamos, desde Fortaleza, com 22 etapas no calendário, contando Circuito Brasileiro e Mundial. Até o momento já jogamos quatro. É um ano muito puxado, de muitos torneios, viagens, desgaste e muito tempo longe de casa. Nós vamos ficar no meio do ano um período de dois meses fora de casa. Para passar por isso tudo é preciso ter muita base, muita força mental e muita força física. Hoje nós estamos no auge, mas temos de tomar muito cuidado.

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JOERG MITTER/RED BULL–3/8/2017

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