Relatório do BC reduz projeções de inflação
Depois de ser surpreendido por uma inflação mais baixa do que esperava no primeiro bimestre do ano, o Banco Central reduziu suas projeções para a inflação neste ano em relação a dezembro e manteve a expectativa para o crescimento da economia. Para este ano, a estimativa do BC divulgada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) ontem é que a inflação medida pelo índice de preços encerre o ano em 3,8%, ante 4,2% no documento de dezembro. O porcentual previsto no RTI é o mesmo que constava na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira, dia 27.
Para 2019, a projeção é que o IPCA fique em 4,1%, 0,1 ponto porcentual abaixo do que o previsto no trimestre anterior. Para 2020, o valor também caiu 0,1 ponto porcentual, para 4,0%. As projeções foram feitas considerando o chamado cenário de mercado, em que a autoridade monetária considera as previsões para câmbio e juros feitas por analistas no relatório Focus.
PIB. O Banco Central manteve a expectativa de crescimento de 2,6% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, mesma estimativa de dezembro. Apesar disso, a autoridade monetária modificou suas expectativas para os diferentes componentes do PIB. A perspectiva para a agropecuária, por exemplo, ficou menos pior, passando de -0,4% para -0,3%.
No caso da indústria, a estimativa passou de crescimento de 2,9% para 3,1%, com destaque para o maior dinamismo na indústria de transformação. No setor de serviços, a projeção foi mantida em alta de 2,4%.
Pelo lado da demanda, a projeção de alta para o investimento passou de 3,0% para 4,1%. A melhora está associada à trajetória favorável nos índices de confiança dos empresários, à redução do endividamento das empresas e aos efeitos do ciclo de flexibilização na política monetária, segundo o BC. O órgão manteve a estimativa de crescimento do consumo das famílias em 3,0%.