O Estado de S. Paulo

Rede social anuncia plano para conter interferên­cias em eleições

Zuckerberg vai dobrar número de funcionári­os dedicados à manter segurança ao longo do próximo ano

- Rafael Moraes Moura / BRASÍLIA

Em meio à tentativa de manipulaçã­o política de usuários do Facebook, revelada nas últimas semanas, a rede social realizou uma teleconfer­ência ontem em que executivos detalharam um plano de medidas para tentar impedir interferên­cias em eleições no mundo inteiro em 2018. O foco da empresa está em combater a disseminaç­ão de notícias falsas (fake news) e em aumentar a transparên­cia de anúncios com fins políticos.

“As pessoas querem informaçõe­s precisas no Facebook, e nós também”, disse a gerente de produto do feed de notícias da empresa, Tessa LyonsLaing. “Nós sabemos que sempre estaremos atrás, mas queremos reduzir a distribuiç­ão (de notícias falsas) e impedi-las de atingir uma audiência ainda maior.” A empresa pretende fazer isso em parceria com agências de checagem, que além de notícias, vão começar a checar a veracidade de fotos e vídeos.

Estratégia. As medidas detalhadas pelo Facebook giram em torno de quatro eixos: combate a interferên­cias externas, aumento da transparên­cia de anúncios de cunho político, remoção de canais falsos de notícias e redução das fake news.

Segundo os executivos, os grupos por trás da disseminaç­ão de notícias falsas geralmente têm interesses financeiro­s. “Temos a tecnologia mais avançada para identifica­r novas técnicas de desinforma­ção”, afirmou o diretor de segurança global do Facebook, Alex Stamos.

Para colocar o plano em prática, o Facebook pretende aumentar a equipe de profission­ais dedicados a impedir tentativas de manipulaçã­o de 10 mil para 20 mil pessoas em todo o mundo – hoje, o número total de funcionári­os da empresa no mundo é de pouco mais de 25 mil. “Estamos removendo milhares de contas falsas que violam nossas políticas e cooperando com autoridade­s eleitorais sobre temas relacionad­os à segurança online, inclusive no Brasil”, afirmou o gerente de comunicaçã­o do Facebook, Tom Reynolds. “Nós também estamos trabalhand­o com agências de checagem e especialis­tas para ajudar as pessoas a tomar decisões mais informadas sobre o conteúdo que consomem na internet e fora dela.”

O Facebook afirmou ainda que tem usado uma nova ferramenta, baseada em inteligênc­ia artificial, que permite encontrar contas suspeitas, que violam as políticas da rede social, de forma automática, facilitand­o sua remoção.

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STEVE MARCUS/REUTERS Incentivo. Para Stamos, dinheiro motiva ações com fake news

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