Crise faz governo avaliar indicação para a CCJ
Aescolha do deputado Daniel Vilela (MDB-GO) para presidir a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara preocupa o Planalto. Ter no comando do colegiado um candidato a governador é considerado um risco neste momento em que Temer pode enfrentar uma eventual denúncia pela PGR. A CCJ é o ponto de partida para análise. Há dúvidas sobre se Vilela jogaria para o eleitorado ou defenderia o presidente. Uma troca não será fácil. Interlocutores afirmam que ele não abre mão da vaga e diz que, se quiserem trocá-lo, terão de expor as razões.
» Na mira. A indicação de Daniel Vilela é do líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), que teve o pai, o ex-ministro da Agricultura de Dilma Wagner Rossi, preso na Operação Skala.
» Quase lá. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, agendou para terça a instalação das comissões permanentes. A maioria dos partidos já fez indicações dos presidentes à Secretaria-Geral da Mesa. Faltam PSD, PCdoB e DEM.
» Discurso novo. Aliados de Michel Temer querem colar no ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, aquele flagrado com a mala de R$ 500 mil, a responsabilidade pelo inquérito dos portos. Está no enredo dizer que, se houve ilegalidade, foi fora do Palácio do Planalto.
» Sem chance. Apesar da pressão, o Planalto não teme que Rocha Loures possa fazer delação premiada. O advogado de defesa dele, Cezar Bitencourt, é contra acordos de colaboração.
» Calma, gente. O deputado Paulo Maluf (PP-SP) foi preso, já foi para o regime domiciliar, e Rodrigo Maia ainda não decidiu o que fazer com o mandato dele. Em dezembro, o STF determinou que a Mesa Diretora da Câmara o cassasse.
» Agora vai? Passados mais de três meses, Maia garante que o parecer sobre a perda de mandato de Maluf será enviado pela Corregedoria à Mesa da Câmara “nos próximos dias”.
» Eu mando. Presidente do Senado, Eunício Oliveira mandou para a Comissão de Ciência e Tecnologia o projeto da nova Lei das Telecomunicações após vai e vem. Com isso, descartou votá-lo direto no plenário.
» Jejum. Desde janeiro, os motoristas do Supremo, incluindo os dos ministros, não recebem vale-alimentação. A Brasfort, responsável pelos funcionários terceirizados, alegou que a nova lei trabalhista impede o pagamento do benefício quando não há convenção coletiva.
» Tamo junto. Os ministros do Supremo abriram mão do vale-refeição desde 2013. A Brasfort consultou o Supremo se poderia pagar o benefício e ser compensada depois, mesmo sem acordo coletivo, mas não recebeu resposta. A Corte diz que o problema é da firma. » Rebelião. As sinalizações de que Eduardo Guardia pode assumir o Ministério da Fazenda vão provocar uma romaria de parlamentares ao gabinete de Temer para tentar impedir a indicação. Congressistas o consideraram muito inflexível nas negociações do Refis.
» Largadeu! Com a reeleição dada como certa, o senador Magno Mata (PR-ES) quer emplacar um novo vice para o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ).
COM NAIRA TRINDADE, LEONEL ROCHA E ISADORA PERON