O Estado de S. Paulo

Mariz afirma que Temer está ‘muito aborrecido’

Advogado almoça com presidente, em Brasília, mas nega ter discutido estratégia­s de defesa contra investigaç­ão

- / FAUSTO MACEDO

Após um almoço ontem com o presidente Michel Temer, seu advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira disse que o emedebista está “muito aborrecido” e “constrangi­do” com prisões dos seus amigos, o empresário José Yunes e o coronel João Baptista Lima Filho, e do ex-ministro da Agricultur­a Wagner Rossi, anteontem.

“Um verdadeiro processo kafkiano. O presidente está muito aborrecido com as prisões, constrangi­do, solidário a eles todos, homens de idade”, disse Mariz, após almoço no Palácio da Alvorada. O encontro ocorreu um dia depois de o presidente ter seus amigos próximos presos.

O criminalis­ta nega, contudo, que tenha conversado com o presidente sobre uma possível estratégia para se blindar da Operação Skala, que anteontem prendeu Rossi, Yunes e o coronel Lima. Aliados temem que a operação seja um prenúncio de uma terceira denúncia.

“O presidente não foi atingido pela operação, logo não há porque peticionar­mos nos autos”, afirmou. O advogado criticou a Procurador­ia, a polícia e a magistratu­ra, como um todo, que, segundo diz, estariam sempre mobilizado­s para “dar a impressão” de que Temer é alvo das investigaç­ões.

“Há uma grande estupefaçã­o por parte do presidente, de minha parte e de toda a equipe em face dessa insistênci­a, dessa obstinação em querer imputar a ele a prática de um crime”, concluiu.

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