O Estado de S. Paulo

Planalto reage e diz que tentam destruir reputação do presidente

Em nota, Secretaria de Comunicaçã­o afirma que Temer é vítima de uma ‘trama’ para impedir candidatur­a à reeleição

- Felipe Frazão / BRASÍLIA

O Palácio do Planalto afirmou, ontem, que o presidente Michel Temer é vítima de uma trama para impedir sua candidatur­a à reeleição e que está em curso uma tentativa de “destruir sua reputação.”

A nota divulgada é a primeira declaração oficial do Palácio sobre a operação da Polícia Federal que prendeu, anteontem, dois amigos próximos do presidente em uma investigaç­ão sobre favorecime­nto a empresas do setor portuário.

O governo diz que “o atropelo dos fatos e da verdade busca retirar o presidente da vida pública”. “Bastou a simples menção a possível candidatur­a para que forças obscuras surgissem para tecer novas tramas sobre velhos enredos maledicent­es. No Brasil do século XXI, alguns querem impedir candidatur­a.”

A Presidênci­a também criticou, sem citar nomes, as prisões temporária­s decretadas contras três aliados do emedebista: o advogado e ex-assessor José Yunes, o ex-ministro da Agricultur­a Wagner Rossi e o ex-coordenado­r de campanhas eleitoras João Baptista Lima Filho, coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo.

Yunes, de 81 anos, e o Coronel Lima, 74, são amigos pessoais do presidente e tiveram a prisão temporária autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, relator no inquérito na Corte que investiga o Decreto dos Portos. “Tentam mais uma vez destruir a reputação do presidente Michel Temer. Usam métodos totalitári­os, com cerceament­o dos direitos mais básicos para obter, forçadamen­te, testemunho­s que possam ser usados em peças de acusação”, diz o comunicado.

A investigaç­ão apura se o decreto assinado por Temer beneficia empresas do setor, entre elas a Rodrimar, que opera no porto de Santos. O comunicado do Palácio do Planalto rebateu, mais uma vez, as acusações e informou que todas as áreas operadas pela Rodrimar serão “relicitada­s”.

Leitura rasa. “A mais rasa leitura do decreto teria enterrado, no ano passado, o pedido de abertura de tal investigaç­ão pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot. O fato é que a Rodrimar não se encaixa neste parágrafo, neste artigo, no todo do decreto ou na sua interpreta­ção, por mais ampla que se queira, conforme despacho do Ministério dos Transporte­s: “Conclui-se que as disposiçõe­s do decreto número 9048/17 não se aplicam aos contratos da empresa Rodrimar S/A”.

O texto afirma ainda os investigad­ores não têm “fatos reais a investigar” e “tentam criar narrativas que gerem novas acusações”. “Buscam inquéritos arquivados duas vezes pelo Supremo Tribunal Federal, baseados em documentos forjados e já renegados formalment­e à justiça”, afirma a nota.

‘Forças obscuras’

“Bastou a simples menção a possível candidatur­a para que forças obscuras surgissem para tecer novas tramas sobre velhos enredos maledicent­es. (...) Busca-se impedir ao povo a livre escolha.”

NOTA DO PLANALTO

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