Planalto reage e diz que tentam destruir reputação do presidente
Em nota, Secretaria de Comunicação afirma que Temer é vítima de uma ‘trama’ para impedir candidatura à reeleição
O Palácio do Planalto afirmou, ontem, que o presidente Michel Temer é vítima de uma trama para impedir sua candidatura à reeleição e que está em curso uma tentativa de “destruir sua reputação.”
A nota divulgada é a primeira declaração oficial do Palácio sobre a operação da Polícia Federal que prendeu, anteontem, dois amigos próximos do presidente em uma investigação sobre favorecimento a empresas do setor portuário.
O governo diz que “o atropelo dos fatos e da verdade busca retirar o presidente da vida pública”. “Bastou a simples menção a possível candidatura para que forças obscuras surgissem para tecer novas tramas sobre velhos enredos maledicentes. No Brasil do século XXI, alguns querem impedir candidatura.”
A Presidência também criticou, sem citar nomes, as prisões temporárias decretadas contras três aliados do emedebista: o advogado e ex-assessor José Yunes, o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi e o ex-coordenador de campanhas eleitoras João Baptista Lima Filho, coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo.
Yunes, de 81 anos, e o Coronel Lima, 74, são amigos pessoais do presidente e tiveram a prisão temporária autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, relator no inquérito na Corte que investiga o Decreto dos Portos. “Tentam mais uma vez destruir a reputação do presidente Michel Temer. Usam métodos totalitários, com cerceamento dos direitos mais básicos para obter, forçadamente, testemunhos que possam ser usados em peças de acusação”, diz o comunicado.
A investigação apura se o decreto assinado por Temer beneficia empresas do setor, entre elas a Rodrimar, que opera no porto de Santos. O comunicado do Palácio do Planalto rebateu, mais uma vez, as acusações e informou que todas as áreas operadas pela Rodrimar serão “relicitadas”.
Leitura rasa. “A mais rasa leitura do decreto teria enterrado, no ano passado, o pedido de abertura de tal investigação pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot. O fato é que a Rodrimar não se encaixa neste parágrafo, neste artigo, no todo do decreto ou na sua interpretação, por mais ampla que se queira, conforme despacho do Ministério dos Transportes: “Conclui-se que as disposições do decreto número 9048/17 não se aplicam aos contratos da empresa Rodrimar S/A”.
O texto afirma ainda os investigadores não têm “fatos reais a investigar” e “tentam criar narrativas que gerem novas acusações”. “Buscam inquéritos arquivados duas vezes pelo Supremo Tribunal Federal, baseados em documentos forjados e já renegados formalmente à justiça”, afirma a nota.
‘Forças obscuras’
“Bastou a simples menção a possível candidatura para que forças obscuras surgissem para tecer novas tramas sobre velhos enredos maledicentes. (...) Busca-se impedir ao povo a livre escolha.”
NOTA DO PLANALTO