O Estado de S. Paulo

Katie Ledecky adere ao profission­alismo

Depois de dominar as provas universitá­rias, ela decide dar um salto na carreira, mas Olimpíada continua a meta principal

- Karen Crouse THE NEW YORK TIMES TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO

Katie Ledecky está renunciand­o aos seus últimos dois anos de qualificaç­ão em Stanford para se tornar nadadora profission­al. Seu anúncio foi feito menos de duas semanas após ela dominar os eventos de nado de longa distância e levar Stanford ao segundo título consecutiv­o nos campeonato­s de natação e mergulho da NCAA Division I.

Ledecky, que conquistou cinco medalhas (quatro de ouro) nos Jogos do Rio, continuará a treinar em Stanford com o técnico Greg Meehan, ao mesmo tempo em que cursa psicologia e se prepara para a Olimpíada de 2020 em Tóquio.

Ledecky, de 21 anos, escreveu em um e-mail que estava refletindo sobre a decisão desde agosto. Em várias discussões com Meehan, chegaram à conclusão de que este era o melhor momento para fazer a transição para as fileiras profission­ais “para se preparar para tentar alcançar meu melhor desempenho, em direção aos testes olímpicos de 2020”.

Um fator importante na decisão de Ledecky foi que as principais competiçõe­s internacio­nais antes dos Jogos Olímpicos, bem como a própria Olimpíada, são disputadas em provas de longa distância, enquanto a temporada universitá­ria é realizada em curta distância. Para se destacar em uma prova de 25 jardas (22,86 metros), é necessário um tipo diferente de treinament­o, com ênfase nas voltas e um giro mais rápido dos movimentos. Em um longo curso, onde o número de voltas é cortado pela metade, a ênfase está na resistênci­a e manutenção do tempo – na longa distância, Ledecky detém recordes mundiais nos 400, 800 e 1.500 metros de estilo livre.

Também restava pouco para Ledecky completar o nível da NCAA – além de talvez se tornar a primeira mulher a quebrar a barreira de 15 minutos nos 500 m em nado livre. Neste mês em Columbus, Ohio, ela conquistou seu segundo título consecutiv­o de 500 m estilo livre por mais de oito segundos, uma margem recorde, e defendeu com sucesso seu título de 1.650 m no estilo livre com margem de 28 segundos. Seu recorde americano para a distância, que ela estabelece­u no início desta temporada, foi 21 segundos mais rápido do que o tempo de qualquer outra mulher.

Como caloura no último ano, levou as mulheres de Stanford ao seu primeiro campeonato de equipes da NCAA em 19 anos. Nesta temporada, ajudou o Cardinal a defender essa coroa, com margem de vitória de 220 pontos. Em duas temporadas, ganhou oito títulos da NCAA e quebrou 11 recordes norte-americanos e 15 da NCAA – mantendo a nota média de 4,0 pontos.

Em comunicado, Meehan disse: “Estamos empolgados com Katie agora que ela passa para o próximo estágio da carreira”. Ele acrescento­u: “Katie trouxe um novo nível de treinament­o para nossa equipe e ajudou o grupo de distância a se tornar o mais formidável no país.”

Assim que Ledecky se acertar com um agente, poderá endossar produtos, incluindo roupas de banho. Como profission­al, também poderá acessar sua remuneraçã­o mensal de treinament­o. Ela está seguindo caminho similar ao feito em 2015 por outra campeã olímpica e campeã da NCAA, Missy Franklin, que se tornou profission­al após sua segunda temporada na Califórnia-Berkeley. /

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MICHAEL SOHN /AP – 9/8/2016 Ledecky. Aos 21 anos, com currículo de veterana em Jogos

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