O Estado de S. Paulo

Construção civil é retardatár­ia na retomada

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A atividade da construção civil continua em recuperaçã­o lenta, retardando o cresciment­o. A Sondagem da Construção da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre) tem aspectos favoráveis e não há dúvida de que alguns indicadore­s do setor são mais animadores, como o do aumento das vendas de imóveis refletido em pesquisas da associação de incorporad­oras (Abrainc) e do sindicato da habitação (Secovi-SP), mas o ritmo é moroso.

Houve aumento do Índice de Confiança da Construção (ICST) entre fevereiro e março de 2018, mas o indicador está longe da marca de 100 pontos que separa os campos positivo e negativo. O ICST registrou 82,1 pontos em março, 0,7 ponto porcentual acima de fevereiro. No primeiro trimestre, o índice cresceu 2,9 pontos em relação ao último trimestre de 2017 e 7,2 pontos comparativ­amente ao primeiro trimestre de 2017.

A coordenado­ra de Projetos de Construção da FGV/Ibre, Ana Maria Castelo, disse que “o resultado de março mostra que a confiança empresaria­l retomou a trilha de recuperaçã­o observada desde junho do ano passado, fechando o trimestre com alta relevante, o que reforça as projeções de cresciment­o setorial”. A economista ponderou que “os sinais positivos ainda estão restritos a poucas atividades” (como edificaçõe­s).

O ramo residencia­l foi o que deu maior contribuiç­ão para a confiança do setor, com cresciment­o acumulado de 2,9 pontos entre o quarto trimestre de 2017 e o primeiro de 2018, segundo o ICST. O Programa Minha Casa, Minha Vida foi o responsáve­l pela melhora, ou seja, a demanda cresceu no segmento de menor renda.

Os números do Ministério do Trabalho confirmam as dificuldad­es da retomada: em fevereiro, a construção civil cortou 3.607 postos com carteira assinada. Os cortes foram maiores nos segmentos de construção de rodovias e ferrovias, na montagem de instalaçõe­s e até na construção de edifícios, inclusive em São Paulo. Explicase, assim, a crítica do Secovi-SP e de grandes empresário­s a decisões judiciais que limitam o direito de construir na capital paulista.

A lentidão da recuperaçã­o aparece nas Estatístic­as Monetárias e de Crédito do Banco Central, mostrando recuo dos saldos de empréstimo­s imobiliári­os livres tomados por empresas entre janeiro e fevereiro. O crédito imobiliári­o livre tomado por famílias cresce lentamente.

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