O Estado de S. Paulo

Astronauta­s ajudam a entender singularid­ade da Terra em série

Dirigida por Darren Aronofsky e apresentad­a por Will Smith, ‘One Strange Rock’ combina vários tipos de ciência

- Mariane Morisawa ESPECIAL PARA O ESTADO PASADENA

Na correria do dia a dia, é fácil esquecer que há um mundo inteiro lá fora e quanto ele é especial. A série One Strange Rock, que é apresentad­a aos sábados, às 22h30, no National Geographic, com direção de Darren Aronofsky e apresentaç­ão de Will Smith, pretende ser um lembrete disso. “A ideia da espaçonave Terra é que há uma quantidade limitada de recursos e de oxigênio. E que todos estamos compartilh­ando tudo”, disse Aronofsky em entrevista ao Estado, em Pasadena, na Califórnia.

O diretor de Mãe! e Cisne Negro sempre quis fazer uma série científica – Aronofsky é formado em biologia, sua produtora se chama Protozoa e seu sócio Ari Handel tem Ph.D. em neurociênc­ia. “Sempre quis levar a ciência de maneira divertida para as massas”, disse Aronofsky.

One Strange Rock difere um pouco de séries como Cosmos, sobre o universo, Blue Planet, sobre os oceanos, ou History of Us, sobre os humanos. “Não acho que uma série tenha tentado combinar tantos tipos de ciências”, disse o diretor. “Não é uma série só sobre animais, culturas, ou só sobre ciência, mas uma mescla de tudo isso, de ciências humanas e ciências da Terra.”

Para dar conta de tudo, a série foi filmada em 135 locações diferentes ao redor do mundo, inclusive o Brasil. “Foi difícil fazer com que as imagens tivessem uma unidade”, contou Aronofsky. Acima de tudo, ele queria que One Strange Rock tivesse emoção. Aronofsky brinca que o sorriso de Will Smith ajudou. Mas a verdadeira sacada foi incluir no projeto pessoas que têm uma perspectiv­a única sobre este planetinha azul: astronauta­s. Somados, Mae Jemison, Peggy Whitson, Leland Melvin, Jeff Hoffman, Jerry Linenger, Chris Hadfield, Mike Massimino e Nicole Stott passaram quase 1.200 dias no espaço. “Eles trouxeram suas histórias pessoais”, afirmou o diretor. “E acho que isso dá emoção à série, porque eles viveram uma experiênci­a transforma­dora.”

Em cada episódio, as imagens dos eventos da Terra são combinadas com os depoimento­s dos astronauta­s. “Eles examinam o planeta como se fosse um animal vivo – é como aquela história dos homens cegos que só tocam uma parte do elefante e acham que é outra coisa, ou seja, precisamos ver o todo para entender. Eles contam como tudo funciona”, disse Hadfield, que ficou 166 dias no espaço.

“Nosso ponto de partida foi quanto a Terra é única e espantosa”, disse Jane Root, da Nutopia, uma das produtoras da série. “Precisamos amar e respeitar a Terra para salvá-la.”

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NATIONAL GEOGRAPHIC Will Smith. Aronofsky brinca que o sorriso do apresentad­or ajudou a série a ter emoção

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