Veja como anda o Tiggo 2, primeiro modelo da Caoa Chery
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A Chery tem grandes ambições no Brasil. A operação da marca chinesa foi incorporada pela Caoa, que importa e produz carros da Hyundai no País e está lançando o primeiro fruto dessa união, batizada de Caoa Chery. Trata-se do Tiggo 2, que teve o visual e o interior redesenhados. Feito em Jacareí (SP), o modelo será vendido em duas versões: Look, a R$ 59.990, e Act, de topo, a R$ 66.490.
A mecânica é igual para as duas opções. O motor 1.5 flexível gera 115 cv e 14,9 mkgf – com etanol. Por ora há apenas câmbio manual de cinco marchas, mas a caixa automática de quatro velocidades deve ser apresentada até o fim do semestre.
Na cabine, o acabamento é simples e abusa de plásticos rígidos no painel e portas. A favor, o visual é bem elaborado e o carro vem repleto de equipamentos.
Os bancos mesclam couro e tecido. O espaço é bom, mas o banco do motorista é muito elevado e, mesmo com o assento na posição mais baixa, quem tem mais de 1,75 metro quase encostará a cabeça no teto.
O teto solar, que deveria proporcionar sensação de amplitude, rouba alguns centímetros justamente sobre os bancos da frente. Atrás, há espaço razoável para apenas dois adultos.
Outro senão é o quadro de instrumentos. Os ponteiros se movem em direções opostas (o velocímetro, à esquerda, no sentido horário e o conta-giros, à direita, no anti-horário), o que torna a leitura pouco precisa e confusa. O visor central tem velocímetro digital, mas o conjunto seria melhor se tivesse mostradores redondos convencionais e não em formato de meia lua.
A melhor pedida é a versão de topo Act, que traz itens importantes como ESP, auxílio de partida em rampa, teto solar e central multimídia que espelha o conteúdo de smartphones. Essa função é feita por um aplicativo da própria Chery, que reproduz a tela do celular na do carro.
Em movimento, o 1.5 é valente, mas não dá para esperar um comportamento esportivo. O Tiggo 2 não é lento, mas as relações muito longas do câmbio comprometem a agilidade. Essa sensação é mais perceptível na estrada – ultrapassar e retomar velocidade exige algum planejamento. Em trecho urbano, o carro se sai bem melhor.
O primeiro Caoa Chery é confortável, tem comandos leves e fáceis de usar. A embreagem é precisa – algo raro em modelos de origem chinesa – e o câmbio oferece engates precisos.
A direção tem assistência hidráulica, é bem calibrada e fica firme o suficiente em velocidades altas para transmitir sensação de segurança. A suspensão, macia, lida bem com imperfeições do piso e é razoavelmente silenciosa, algo que também é raro em carros vindos da China.
O isolamento acústico pode melhorar. Na estrada, o Tiggo 2 é silencioso a até 100 km/h. Acima dessa velocidade o ruído do motor e do vento passando pela carroceria invadem a cabine. O 1.5 vibra e faz um barulho incômodo acima dos 3.500 giros.
Caoa Chery. Os atuais 25 pontos de venda da Chery no Brasil serão repaginados para o novo padrão definido pela Caoa. Até o fim do ano deverão ser inauguradas mais 30 lojas no País.
A Caoa Chery quer vender entre 8 e 9 mil Tiggo 2 até o fim deste ano. Segundo informações da empresa, outros três novos modelos chegarão ao mercado brasileiro até dezembro. Nenhum deles será SUV.