O Estado de S. Paulo

‘POLÍCIA NÃO DÁ CONTA’

- / MONICA BERNARDES E CARMEN POMPEU, ESPECIAIS PARA O ESTADO

Moradora do Jardim São Paulo – um dos bairros mais violentos da capital de Pernambuco, Recife –, a zeladora Veridiana Xavier, de 38 anos, vive assustada. Mãe de três filhas, ela já foi assaltada quatro vezes nos últimos seis meses. Cansada da violência, Veridiana acredita que a presença das Forças Armadas nas ruas traria benefícios para a população.

“A polícia não dá conta dos bandidos há muito tempo por aqui. Não tem horário nem lugar seguro. Eu e minhas filhas vivemos com medo, não saímos mais nem para a igreja. Eu realmente acho que, se os soldados do Exército fossem para as ruas, as coisas iam melhorar.”

Em Fortaleza, no Ceará, a sensação de inseguranç­a é semelhante, diante de uma onda de medo desencadea­da por chacinas e ataques em série a coletivos e prédios públicos organizado­s por facções criminosas. Morador da capital, Celso Gondim, de 48 anos, que cursa Educação Física, defende a intervençã­o por acreditar que a violência fugiu do controle.

Há dez dias, Gondim presenciou a execução de um homem na esquina da rua onde mora. Além disso, a chacina de Benfica – em que sete pessoas foram assassinad­as –, aconteceu perto de sua casa. “A violência está cada vez mais perto, não apenas na periferia ou nas favelas”, diz.

Para ele, a intervençã­o poderia ajudar. “Nem a Polícia Civil nem a Militar tem treinament­o, armamento e logística para enfrentar o crime organizado.”

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil