O Estado de S. Paulo

Grupo pró-Lula agride equipes de reportagem

- Felipe Frazão / BRASÍLIA NILTON FUKUDA/ESTADÃO

Militantes pró-Lula agrediram ontem à noite uma equipe de reportagem do jornal Correio

Braziliens­e que faria cobertura de ato contra prisão do ex-presidente, na sede da Central Única dos Trabalhado­res (CUT), em Brasília. Segundo relatos, o carro onde estavam uma repórter, uma fotógrafa e o motorista foi cercado por manifestan­tes.

Desferindo socos e pontapés contra eles, os agressores – cerca de 30 pessoas – chegaram a quebrar o vidro traseiro do veículo. A equipe teve que fugir do local. O Correio divulgou uma nota em que “repudia veementeme­nte esse tipo de violência e de cerceament­o à imprensa, cujo papel fundamenta­l é o de informar a população”.

Um fotógrafo da agência Reuters também foi hostilizad­o e ameaçado na sede da CUT. Impedido de registrar o protesto, deixou a sede da central.

De acordo com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigat­ivo (Abraji), uma equipe do SBT sofreu ameaças. “Vocês vão sair daqui pro bem de vocês”, teria dito um manifestan­te.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) enviou ao Correio

Braziliens­e uma nota repudiando o ataque. O diretor executivo da entidade, Ricardo Pedreira, que assina a nota, classifico­u o episódio como “lamentável”.

A Abraji também repudiou as agressões. “A violência contra profission­ais da imprensa é inaceitáve­l em qualquer contexto. Impedir jornalista­s de exercer seu ofício é atentar contra a democracia”, diz o texto.

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