Trump quer enviar 4 mil soldados para fronteira com México.
Presidente americano afirma que Guarda Nacional deve permanecer na região até que muro prometido em campanha seja construído
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse ontem que enviará 4 mil militares da Guarda Nacional para patrulhar a fronteira dos EUA com o México e ajudar as autoridades federais a combater a imigração e o tráfico de drogas. Trump disse que os soldados ficarão no local até que o Congresso aprove a construção do muro na fronteira mexicana – sua principal promessa de campanha.
“Enquanto a maior parte do muro não estiver construída, os militares vão continuar lá”, afirmou Trump a jornalistas a bordo do Air Force One, o avião presidencial americano. É a primeira vez que a Casa Branca divulga quantos soldados serão enviados para patrulhar a fronteira com o México.
Ainda ontem, Ronald Vitiello, vice-comissário da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, falou sobre uma implementação apressada do projeto. “Vamos fazer isso o mais rápido possível, mas com o planejamento necessário”, disse Vitiello a Fox News. Ele afirmou que os integrantes da Guarda Nacional seriam colocados em trabalhos de vigilância que não exigem policiamento, patrulhas e prisões.
A Guarda Nacional do Texas expressou apoio à decisão, mas disse, em comunicado, que a implementação está “em estágio muito inicial de planejamento”. Os governadores republicanos do Novo México e do Arizona também apoiaram o plano de Trump. O governador democrata da Califórnia, Jerry Brown, que está em guerra com Trump desde o ano passado, não comentou a decisão.
Dee Margo, prefeito republicano de El Paso, no Texas, disse à National Public Radio (NPR) que não estava convencido de que forças extras sejam necessárias para proteger sua cidade, que ele chamou de “a mais segura” dos Estados Unidos. “Já temos uma cerca que foi levantada durante o governo de George W. Bush e atravessa a cidade”, disse. “Em vez de mais tropas, eu adoraria ver uma melhor compreensão do que realmente acontece na fronteira.”
Pressa. “Estamos em crise e é preciso frear isso antes que mais imigrantes ilegais passem pela fronteira”, afirmou ontem a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kirstjen Nielsen. As prisões na fronteira com o México saltaram para 50.308, em março, um aumento de 37% em relação a fevereiro e mais que o triplo no mesmo período do ano passado. As detenções na fronteira aumentaram em 10 dos últimos 11 meses, após terem caído, em abril de 2017, para o nível mais baixo desde a criação do Departamento de Segurança Interna, em 2003.
Usar militares para proteger a fronteira não é incomum. Em 2006, Bush enviou 6 mil soldados da Guarda Nacional para a fronteira com o México. Em 2010, Barack Obama mandou 1,2 mil militares com o objetivo de atenuar as consequências da violência entre os cartéis mexicanos. Em 2014, mil homens da Guarda Nacional também policiaram a região de fronteira.