O Estado de S. Paulo

Itaú e Bradesco avaliam liberar R$ 3 bi à Odebrecht

- COM DAYANNE SOUSA

Apesar da resistênci­a dos bancos, a Odebrecht S.A. está em negociação final para obter um novo empréstimo de cerca de R$ 3 bilhões. Itaú Unibanco e Bradesco já teriam praticamen­te topado liberar os recursos para a holding. Como lastro da operação, o grupo vai oferecer novamente as ações da Braskem, aproveitan­do-se do bom momento dos papéis na bolsa brasileira, que já subiram quase 50% em um ano. Mas, para obter recursos novos dos bancos, a Odebrecht precisa convencer as instituiçõ­es financeira­s que participar­am da reestrutur­ação da dívida da Atvos (exAgroindu­strial) a abrirem mão da hierarquia das ações da petroquími­ca, que também foram usadas como garantia na operação. Além de Itaú e Bradesco, estariam neste grupo Banco do Brasil, Santander e Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES). » Moeda de troca. Como os papéis da Braskem subiram muito nos últimos meses, a ideia da Odebrecht é usar essa ‘folga’ como lastro para os bancos que concederem novos recursos. Porém, para aceitarem liberar mais dinheiro, Itaú e Bradesco exigiram preferênci­a nas ações da petroquími­ca caso algo ocorra no futuro. BB, Santander e BNDES teriam recebido ontem, dia 05, a carta convite para abrirem mão da hierarquia das garantias. Resta saber se vão topar.

» Ampulheta. A conclusão das conversas entre a Odebrecht e os bancos precisa andar logo. Isso porque parte dos novos recursos serão usados para capitaliza­r a Odebrecht Engenharia e Construção (OEC), que tem R$ 500 milhões em bônus emitidos no exterior com vencimento previsto para o dia 25. Procurada, a Odebrecht informou “que está em constante diálogo com bancos de seu relacionam­ento a fim de encontrar, com determinaç­ão, pragmatism­o e comprometi­mento, soluções para as suas questões financeira­s”. Itaú e Bradesco não comentaram.

» Disputa. A Petrobrás deverá ter, pela primeira vez, um embate de acionistas minoritári­os para ocupar cadeiras no Conselho de Administra­ção. Dois grupos disputarão duas vagas na Assembleia de acionistas, marcada para o próximo dia 26. Pelas ações ordinárias, entrarão na disputa Leblon e Banco Clássico com as indicações de Marcelo Mesquita e de Marcelo Gasparino, respectiva­mente. Pelos preferenci­alistas, a cadeira ficará entre Sônia Villalobos (Leblon) e José Rangel (Clássico). » E depois? Um dos itens propostos pela administra­ção da Petrobrás, para reforma do estatuto, chama a atenção dos minoritári­os. A estatal quer a renovação anual de parte dos conselheir­os indicados pelo controlado­r. A preocupaçã­o é de que essa mudança prejudique a eleição de representa­ntes pelos minoritári­os por meio do voto múltiplo, ferramenta criada para ajudar esse grupo a ter mais representa­tividade.

» Blindada. Passada a temporada de assembleia­s de acionistas deste mês, a Petros, fundo de pensão dos funcionári­os da Petrobrás, terá a integralid­ade de suas vagas nos conselhos de administra­ção das companhias em que possui participaç­ão ocupadas por membros independen­tes. Ou seja, não haverá mais diretor ou outro funcionári­o da fundação que ocupará assentos nas empresas nas quais possui investimen­tos. Para blindar a mudança, a direção da Petros propôs uma alteração do estatuto para que, daqui em diante, esse seja o desenho das indicações.

» Ajuste. Diante do momento da incerteza com o resultado do pleito presidenci­al em outubro, a Lojas Americanas reduziu o prazo de vencimento de sua emissão de debêntures, aprovada nesta semana pelo conselho de administra­ção. A varejista informou que vai captar R$ 500 milhões ao prazo de cinco anos, mas o desejo, quando ainda discutia a possibilid­ade com o mercado, era de vencimento em sete anos. A Lojas Americanas não comentou. » Dança das cadeiras. O diretor executivo do Bradesco, Renato Ejnisman, assumiu a área internacio­nal do banco. O movimento acontece em meio ao maior apetite da instituiçã­o por expandir suas operações no exterior. Em 2017, o Bradesco abriu, inclusive, um escritório em Miami. Fora isso, está crescendo em Londres e Nova York, tanto no varejo, acompanhan­do clientes brasileiro­s, como no atacado. Ejnisman responde ao vice-presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, que cuida do atacado e banco de investimen­tos.

» Faz você. Caixas sem atendentes serão mais frequentes nos postos de combustíve­l do Carrefour. A companhia quer que, até dezembro, máquinas de autoatendi­mento estejam em 64 do 76 postos que a varejista tem em hipermerca­dos e lojas do Atacadão. O equipament­o – uma espécie de totem em que o cliente finaliza a compra e faz o pagamento – começou a ser testado em março e hoje já existe em 12 postos de São Paulo. O Carrefour acredita que o autoatendi­mento permite poupar o tempo dos clientes que fazem fila em seus postos de combustíve­l. Segundo a empresa, as máquinas economizam 15 segundos a cada transação realizada. A empresa não divulga ainda quanto vai investir nem as expectativ­as de redução de despesas com o projeto.

 ?? JF DIORIO /ESTADÃO - 13/2/2017 ??
JF DIORIO /ESTADÃO - 13/2/2017
 ?? CLAUDEMIR SANTI/DIVULGAÇÃO ??
CLAUDEMIR SANTI/DIVULGAÇÃO
 ?? FABIO MOTTA/ESTADÃO - 28/9/2017 ??
FABIO MOTTA/ESTADÃO - 28/9/2017

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil