O Estado de S. Paulo

Moreira Franco é cotado para Minas e Energia

- ANNE WARTH, BRENO PIRES E CARLA ARAÚJO

Um dos principais articulado­res do presidente Michel Temer, o ministro da Secretaria-Geral da Presidênci­a da República, Moreira Franco, é um dos cotados para assumir o Ministério de Minas e Energia (MME). Ontem, Fernando Coelho Filho entregou sua carta de demissão para reassumir o mandato de deputado federal e disputar as eleições em outubro. A sucessão na pasta segue indefinida.

Até ontem, o nome mais forte era o do secretário executivo da pasta, Paulo Pedrosa, considerad­o um nome técnico e que conta com o apoio das equipes dos ministério­s da Fazenda e Planejamen­to. Ele trabalhou na elaboração do projeto de lei de privatizaç­ão da Eletrobrás, que está em tramitação na Câmara.

Mas pressões políticas vindas do MDB, que comanda a pasta há muitos anos, se intensific­aram nos últimos dias. A indicação de Moreira seria uma forma de garantir seu foro privilegia­do. O deputado federal Saraiva Felipe (MDB-MG) também teria pleiteado o cargo.

No Supremo Tribunal Federal (STF), uma ação de autoria da Rede Sustentabi­lidade questiona a Medida Provisória que deu a Moreira o status de ministro. Chamada para se manifestar, a Procurador­ia-Geral da República (PGR) foi favorável a uma liminar para suspensão da eficácia da MP até o julgamento de mérito da ação.

Uma das bandeiras que Moreira pode aproveitar na pasta é a privatizaç­ão da Eletrobrás, já que ele conduz o Programa de Parcerias de Investimen­tos (PPI). Auxiliares do presidente, no entanto, lembram que o ministro não possui uma boa relação com o Congresso e seu nome poderia ser mais um entrave para as negociaçõe­s. Já são três semanas consecutiv­as sem qualquer deliberaçã­o na comissão especial que analisa o projeto de lei de privatizaç­ão da companhia na Câmara. /

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil