O Estado de S. Paulo

‘IMPOSTOS NÃO VÃO SUBIR’

O mais jovem político a assumir a gestão paulistana desde a redemocrat­ização afirma não estar preocupado em ter uma marca, mas sim em cumprir os 53 itens do plano

- Bruno Covas, PREFEITO DE SP

Bruno Covas assume o comando da cidade no dia em que completa 38 anos. Ele afirma que sua prioridade é cumprir o plano de governo e que “não haverá aumento de impostos a curto prazo”.

Você não deverá vê-lo vestido de gari nas ruas da cidade nem assistirá vídeos com efeitos gráficos de suas agendas públicas nas redes sociais, mas poderá cobrá-lo de cada promessa feita pelo antecessor. Mais jovem prefeito paulistano desde a redemocrat­ização, Bruno Covas (PSDB) assume hoje a Prefeitura de São Paulo em definitivo admitindo uma mudança brusca de estilo na gestão municipal, mas prometendo cumprir à risca o programa de governo lançado pelo agora ex-prefeito João Doria (PSDB).

“É uma diferença de estilos, são pessoas diferentes. Tenho minha história, minha carreira, ele tem a dele. Agora, é o mesmo programa que foi combinado com a população durante a campanha, em 2016, as mesmas 53 metas que foram estabeleci­das no plano aprovado pela Câmara Municipal”, disse Covas em entrevista concedida ao Estado ontem, ainda no gabinete de vice no Edifício Matarazzo, no centro. “Essa diferença de estilo não vai se refletir em diferença de ações da Prefeitura. É o mesmo avião, o mesmo destino, só muda o piloto”, completou (mais informaçõe­s na página A20).

O novo prefeito da capital, que completa 38 anos hoje, alega não ter as mesmas condições financeira­s de Doria para manter uma equipe própria para comandar o marketing digital. Com apenas 2% do número de seguidores de Doria no Facebook, Covas também não é adepto das frases de efeito e é considerad­o por aliados mais previsível e menos centraliza­dor do que o agora pré-candidato tucano ao governo.

Neto do ex-governador Mário Covas, que foi prefeito da capital entre 1983 e 1986 e morreu em 2001, Bruno, como é chamado na Prefeitura, tem perfil mais conciliado­r e temperamen­to mais sereno que o do avô. Ao contrário de Doria, orgulha-se de ser político desde a “juventude tucana”. Foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 2006 e sempre se destacou pela atuação nos bastidores. Na gestão Doria, foi um dos responsáve­is por distribuir os cargos de segundo escalão a indicados políticos de vereadores e deputados aliados. “Não estou preocupado com marca (de gestão),

estou preocupado em implementa­r os programas e as metas que já foram estabeleci­das com a Câmara e a população.”

Futuro. O plano como prefeito é se descolar de forma discreta e gradual da sombra de Doria, com quem combinou de não fazer grandes mudanças no secretaria­do até julho, quando alguns titulares deverão sair para trabalhar na campanha do ex-prefeito a governador. Na segunda, deve anunciar apenas três trocas: o vereador João Jorge (PSDB) na Casa Civil, cargo que ele ocupava; a mudança de Marcos Penido de Obras e Serviços para Prefeitura­s Regionais, no lugar de Cláudio Carvalho, único que sai com Doria; e Vitor Aly na pasta que toca as obras.

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