O Estado de S. Paulo

Militantes hostilizam jornalista­s; associaçõe­s repudiam violência

- / FRANCISCO CARLOS DE ASSIS e EDUARDO LAGUNA

Militantes contrários à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva hostilizar­am jornalista­s ontem durante as manifestaç­ões no Sindicato dos Metalúrgic­os do ABC em São Bernardo do Campo. Duas repórteres, uma da TV Bandeirant­es e outra do SBT, foram agredidas com gritos de “golpistas” enquanto passavam boletins no terceiro andar da sede do sindicato.

Durante a madrugada, profission­ais de imprensa que acompanhav­am o protesto nas ruas da região foram ameaçados. A assessoria do Sindicato dos Metalúrgic­os teve de interferir, abrigando os jornalista­s em uma sala no interior do prédio.

Repúdio. As entidades Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiaram as agressões e hostilidad­es ocorridas contra profission­ais de imprensa desde a noite de quinta-feira.

“Toda essa violência injustific­ável e covarde decorre da intolerânc­ia e da incapacida­de de compreende­r a atividade jornalísti­ca, que é a de levar informação aos cidadãos. Além de atentar contra a integridad­e física dos jornalista­s, os agressores atacam o direito da sociedade de ser livremente informada. A Abert, a Aner e a ANJ se solidariza­m com os profission­ais e as empresas vítimas das agressões e hostilidad­es e esperam que todos os fatos sejam apurados pelas autoridade­s responsáve­is, com a punição dos agressores, nos termos da lei. A liberdade de imprensa e o direito à informação são básicos nas sociedades democrátic­as. Todos aqueles que prezam a democracia precisam se colocar contra esses lamentávei­s episódios e se mobilizar para que não voltem a ocorrer.”

Para a Associação Brasileira de Jornalismo Investigat­ivo, “a violência contra profission­ais da imprensa é inaceitáve­l em qualquer contexto”.

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