Militantes hostilizam jornalistas; associações repudiam violência
Militantes contrários à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva hostilizaram jornalistas ontem durante as manifestações no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em São Bernardo do Campo. Duas repórteres, uma da TV Bandeirantes e outra do SBT, foram agredidas com gritos de “golpistas” enquanto passavam boletins no terceiro andar da sede do sindicato.
Durante a madrugada, profissionais de imprensa que acompanhavam o protesto nas ruas da região foram ameaçados. A assessoria do Sindicato dos Metalúrgicos teve de interferir, abrigando os jornalistas em uma sala no interior do prédio.
Repúdio. As entidades Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiaram as agressões e hostilidades ocorridas contra profissionais de imprensa desde a noite de quinta-feira.
“Toda essa violência injustificável e covarde decorre da intolerância e da incapacidade de compreender a atividade jornalística, que é a de levar informação aos cidadãos. Além de atentar contra a integridade física dos jornalistas, os agressores atacam o direito da sociedade de ser livremente informada. A Abert, a Aner e a ANJ se solidarizam com os profissionais e as empresas vítimas das agressões e hostilidades e esperam que todos os fatos sejam apurados pelas autoridades responsáveis, com a punição dos agressores, nos termos da lei. A liberdade de imprensa e o direito à informação são básicos nas sociedades democráticas. Todos aqueles que prezam a democracia precisam se colocar contra esses lamentáveis episódios e se mobilizar para que não voltem a ocorrer.”
Para a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, “a violência contra profissionais da imprensa é inaceitável em qualquer contexto”.