O Estado de S. Paulo

Suíça coopera para identifica­r transações

- Jamil Chade CORRESPOND­ENTE / GENEBRA

A pedido do Brasil, a Suíça está reunindo detalhes sobre as contas do ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, preso ontem em São Paulo. Os investigad­ores suíços receberam em novembro uma solicitaçã­o oficial de cooperação da parte do Ministério Público brasileiro e, agora, devem encaminhar ao País os detalhes de todas as movimentaç­ões realizadas pelo ex-diretor da Dersa.

O Ministério Público da Suíça não comenta a prisão do suspeito. Mas confirmou que foram eles quem primeiro repassaram, de forma espontânea, a informação da existência das contas secretas ao Brasil.

Em 2017, as autoridade­s suíças encontrara­m R$ 113 milhões (35 milhões de francos suíços) em quatro contas no país europeu em nome do ex-diretor da Dersa. As contas já foram fechadas e o dinheiro transferid­o para o Caribe.

Agora, a nova fase da cooperação visa identifica­r de onde veio esse dinheiro e para onde ele foi eventualme­nte enviado a partir das contas da pessoa considerad­a como operador do PSDB, entre 2007 e 2018.

A meta é a de identifica­r eventuais nomes de pessoas que teriam sido beneficiad­as. A suspeita é de que a conta servia apenas como um veículo para que, dali, os recursos fossem distribuíd­os a outros suspeitos.

“Um pedido de assistênci­a mútua legal está atualmente sendo conduzido”, declarou o MP da Suíça.

O centro da operação é o Banco Bordier & Cia, que guarda todos os extratos desde o dia de sua abertura, em 2007, até seu encerramen­to.

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