O Estado de S. Paulo

‘Alckmin é o candidato do meu coração’, diz França

Novo governador afirma que conta com apoio do presidenci­ável tucano para disputar eleição contra João Doria

- Adriana Ferraz Pedro Venceslau

Márcio França (PSB), de 55 anos, assumiu ontem o governo de São Paulo já de olho na reeleição. Com o apoio de uma coligação formada por 12 partidos, França tem pressa para colocar em prática ações que o projetem como opção ao eleitorado e lhe assegurem o ‘posto’ de candidato de Geraldo Alckmin. Abaixo, os principais trechos da entrevista:

É possível deixar uma marca? Sei da limitação, mas acho que dá para fazer bastante coisa, especialme­nte porque sou herdeiro do orçamento Alckmin, que é superavitá­rio. Não acho que o Estado tenha de guardar dinheiro. Tem que pagar suas contas, é claro, mas sobrar dinheiro em caixa, pra quê? Gostaria de deixar uma marca na questão dos jovens.

O senhor já tem o apoio de 12 partidos. Quantos vão receber secretaria­s e até que ponto isso não vira loteamento? Exatamente no padrão Covas, Alckmin. Hoje há seis partidos com secretaria­s no governo, mas tem escândalo?

O que conta?

A governabil­idade. Agora não negociei secretaria com nenhum partido. Fechamos a coligação pela confiança na palavra. Todo mundo que é do ramo da política fala que o Márcio pode não estar forte hoje, mas vai ficar.

Há comentário­s de que o senhor, antes de assumir, já prometeu verba para asfalto no interior. Como? Não tenho como firmar convênio antes. Mas eu fui prefeito e sei que a manutenção urbana está prejudicad­a. Os parlamenta­res têm emendas, tanto os estaduais como os municipais. Muitas não foram ainda colocadas. Eu vou pedir a eles que deem prioridade à manutenção urbana.

Uma eventual aliança com PCdoB e PDT daria a sua chapa uma caracterís­tica esquerda? Perto da posição de ultra direita do (Jair) Bolsonaro vou estar sempre à esquerda. Perto do dele, o Alckmin é esquerda.

Bolsonaro ameaça Alckmin? Bolsonaro é um fenômeno, que tende a ser atraente. Mas no litoral, por exemplo, as pesquisas indicam dez a dez entre Bolsonaro e Alckmin.

Mas isso não é ruim?

O eleitor à direita tende a se aproximar de quem é mais incisivo e esse não é o Alckmin. É o Bolsonaro, o Doria.

O eleitor do Bolsonaro é o eleitor do João Doria?

Não tenho a menor dúvida, pela aproximaçã­o da defesa da tese, a de que a bandeira do Brasil não é vermelha.

Vê alguma chance do Doria ser candidato à Presidênci­a? Quando alguém dá a palavra e não cumpre, nunca mais ninguém acredita.

Vai apoiar Joaquim Barbosa for candidato pelo seu partido?

Não senti ele convicto a ser candidato.

Mas o senhor se opõe?

Não é que eu me oponha, mas apoio o Alckmin. Existe o candidato do partido e do coração. Meu candidato do coração é o Geraldo Alckmin.

O candidato do coração do Alckmin é o senhor?

Não tenho a menor dúvida.

Por que o PSB não faz uma aliança formal com Alckmin? Temos posições antagônica­s.

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ALEX SILVA / ESTADÃO – 2/4/2018 Finanças. Para França, governo não deve ‘guardar dinheiro’

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