O Estado de S. Paulo

A MAIOR CHANCE DO MENINO PRODÍGIO

Copa pode confirmar meia como astro da bola

- Almir Leite

Philippe Coutinho chegou ao Vasco ainda criança, tinha oito para nove anos. Começou no futsal, e logo foi considerad­o um prodígio. Demonstrav­a técnica e habilidade espantosas para alguém de sua idade. Migrou para o futebol de campo, continuou se destacando e, aos 16 anos, antes de se profission­alizar, foi adquirido pela Inter de Milão. Era menor de idade, não pôde ir imediatame­nte para a Itália e assim teve de esperar. Em 2009, chegou ao time de cima do Vasco, levado pelo então técnico Renato Gaúcho. Naquela altura, já era “veterano” de seleções de base, que frequentav­a desde o sub-14. E, entre os que viam o garoto jogar, a opinião

era quase unânime: um dia Philipinho, como é chamado na família, se destacaria na seleção principal.

O tempo passou, Coutinho foi para a Europa, teve passagens não muito positivas por Internazio­nale e Espanyol – há quem diga que sua timidez atrapalhou – e em 2013 chegou ao Liverpool. Demorou, mas começou a fazer sucesso na Inglaterra. Trocara a inibição que o “travava’’ em campo por passes, dribles, chutes venenosos e futebol objetivo.

Faltava vingar na seleção brasileira. Com Dunga, ele chegou a fazer três gols num 7 a 1 sobre o Haiti na Copa América Centenário, em 2016. Mas vivia de lampejos com a camisa amarela. Não era aquele meia-atacante que se impunha. Faltava alguma coisa. Até que Tite chegou e mudou sua vida.

Philippe Coutinho se “apresentou’’ a ele logo na estreia do técnico, saindo do banco para mudar o jogo contra o Equador, vencido pelo Brasil por 3 a 0 na alturas de Quito. A partir de então, Coutinho assumiu seu lugar na seleção. Atuando pela direita, pela esquerda, mais nas beiradas e centraliza­do, tornou-se uma das principais figuras da equipe de Tite. O treinador o considera um jogador completo.

“Ele tem todas as caracterís­ticas importante­s de um jogador. Passe, competitiv­idade, finalizaçã­o de média distância, assistênci­a, rapidez de raciocínio e execução das jogadas’’, pontua. “Tem capacidade de criar algo diferente e, além disso, adquiriu maturidade.’’

Aos 25 anos, com a responsabi­lidade de quem custou ¤ 160 milhões ao Barcelona (R$ 662 milhões hoje), Coutinho anseia pela primeira Copa. Pretende ser protagonis­ta. E não faz por menos. “Quero representa­r meu País e um dia estar entre os melhores do mundo. Este é o sonho de todo jogador. Pra mim não é diferente. Quero chegar preparado e fazer um grande Mundial.’’

 ??  ?? Condutor. Com técnica e habilidade, Coutinho é peça fundamenta­l para a seleção de Tite Próxima estrela: James Rodríguez, o toque de classe da seleção colombiana
Condutor. Com técnica e habilidade, Coutinho é peça fundamenta­l para a seleção de Tite Próxima estrela: James Rodríguez, o toque de classe da seleção colombiana
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil