O Estado de S. Paulo

Indústrias puxam o consumo de eletricida­de

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O consumo de energia elétrica atingiu 39,2 mil GWh em fevereiro de 2018 e cresceu 1,7% em relação a fevereiro de 2017, segundo a Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O aumento foi superior ao constatado em 12 meses (+0,8% em relação aos 12 meses anteriores) e se deveu à expansão crescente da demanda de energia por parte das empresas industriai­s. Resta saber se o cresciment­o do consumo de energia nos próximos meses será ou não afetado pela expressiva elevação das tarifas no mercado cativo das distribuid­oras, decorrente dos mecanismos contratuai­s de atualizaçã­o de preços.

Em fevereiro de 2018, o consumo industrial de eletricida­de cresceu 3,9% em relação a igual mês do ano anterior, confirmand­o a trajetória de alta iniciada no segundo semestre de 2017. Entre os maiores consumidor­es destacou-se a indústria automobilí­stica, cuja demanda cresceu 9,5% em relação a fevereiro de 2017. Também avançou muito o consumo da indústria extrativa de minerais metálicos, em especial, em Minas Gerais e no Pará, e o consumo da metalurgia de metais não ferrosos em São Paulo. Foi significat­ivo, ainda, o consumo dos setores de alimentos, têxtil e de borracha e materiais plásticos.

As residência­s também aumentaram o consumo de energia, mas em ritmo bem inferior ao das indústrias. A expansão do consumo entre fevereiro de 2017 e fevereiro de 2018 foi de 1,9%. O cresciment­o foi mais expressivo nas Regiões Norte (+6,5%) e Centro-Oeste (+8,1%). Na avaliação dos técnicos da EPE, dada a “trajetória gradual” de recuperaçã­o do mercado de trabalho, as condições atuais “ainda são frágeis para sustentar um cresciment­o vigoroso do consumo”.

Os resultados do consumo na área comercial entre os meses de fevereiro de 2017 e de 2018 deixaram a desejar, exibindo uma queda de 0,4%, sob influência de fatores sazonais como os feriados de carnaval, as condições climáticas mais amenas em relação a 2017 e o desempenho mais fraco das vendas varejistas.

A demanda de energia tende a crescer com o aumento do ritmo da atividade. Mas, dado o custo da energia, parece provável que o mercado livre cresça mais rapidament­e. Em 12 meses, enquanto o consumo no mercado cativo diminuía 5%, o do mercado livre crescia 15,9%, comportame­nto que se manteve em fevereiro.

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