O Estado de S. Paulo

Secretário sai antes de troca na pasta de Minas e Energia

MDB decide manter ministério, o que afastou Paulo Pedrosa; Moreira é hoje o mais cotado ao ao posto de ministro

- Anne Warth Daiene Cardoso / BRASÍLIA Luciana Collet / SÃO PAULO

A cada vez mais provável escolha do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidênci­a da República, Moreira Franco, para a sucessão do Ministério de Minas e Energia já provoca baixas. O secretário executivo do ministério, Paulo Pedrosa, afirmou ao ‘Estadão/Broadcast’ que também dá seu ciclo como encerrado. Seu pedido de exoneração foi o último ato assinado ontem pelo ex-ministro Fernando Coelho Filho.

Até o início desta semana, Pedrosa era considerad­o o nome mais forte para assumir o ministério. Na quarta-feira, porém, houve uma reviravolt­a devido à pressão política do MDB para retomar o controle da pasta. Os investidor­es reagiram mal, pois Pedrosa era o maior entusiasta da privatizaç­ão da Eletrobrás. Ontem, as ações ordinárias (com direito a voto) caíram 9,17%, enquanto as preferenci­ais recuaram 8,17%.

Pedrosa colocou o cargo à disposição “para evitar constrangi­mento” e dar liberdade para a montagem de uma nova equipe. “Tocamos um bocado de coisas e concluímos. Foi um pacto que se fez, foi construído e está cumprido.”

Disputa eleitoral. Um dos motivos que explicam a reviravolt­a na sucessão do MME é a saída de Coelho Filho do MDB, menos de um mês após a filiação. Ele migrou ontem para o DEM, na véspera do fim do prazo para mudanças partidária­s, em busca de espaço para concorrer às eleições em outubro em um “partido confiável”, segundo fontes.

Ao deixar o MDB, o ex-ministro perdeu força para indicar Pedrosa como seu sucessor. A bancada de deputados do MDB pressionou o presidente Michel Temer para reassumir o MME, pasta comandada pelo partido por anos. Eles indicaram o deputado Saraiva Felipe (MDB-MG), ex-ministro da Saúde entre 2005 e 2006, durante o governo Lula.

Com o impasse entre um nome técnico e um nome político e as pressões sobre o Planalto, Moreira Franco firmou seu nome como a melhor alternativ­a. Ele é do MDB e comanda o Programa de Parcerias de Investimen­tos (PPI), responsáve­l pelas concessões de infraestru­tura, além de ser ministro da Secretaria-Geral da Presidênci­a da República. Indo para o MME, Moreira Franco continua com a garantia do foro privilegia­do.

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FELIPE RAU/ESTADÃO - 11/12/2017 Blindagem. Moreira Franco terá garantido foro privilegia­do se assumir o Ministério de Minas e Energia

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