Abilio Diniz monta chapa para disputar conselho da BRF
Decisão foi tomada ontem à noite, após dois dias de negociações frustradas entre o empresário e os fundos de pensão
O empresário Abilio Diniz decidiu montar uma nova chapa para o conselho de administração da BRF, dona de Sadia e Perdigão, para concorrer com a previamente registrada pelos fundos de pensão da Petrobrás (Petros) e do Banco do Brasil (Previ). A decisão foi tomada ontem após reunião do conselho de administração da companhia, depois de dois dias de tensas negociações entre os acionistas.
O plano era fechar um acordo que colocasse fim à disputa na empresa. Na quinta-feira, havia a expectativa de que Abilio renunciasse à presidência do conselho do grupo, mas houve impasse e o empresário voltou atrás.
A nova chapa traz o nome do ex-ministro da Indústria Luiz Fernando Furlan, herdeiro da família fundadora da Sadia, como presidente do colegiado – a dos fundos já registrada indica Augusto Cruz, ex-presidente do GPA, para o cargo.
Em nota divulgada ontem pela BRF ao mercado, foram apresentados 10 nomes, entre eles, a do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, que terá o papel de negociador internacional do grupo. José Aurélio Drummond, atual presidente da companhia, e Flavia Almeida, dois nomes de confiança do empresário, também compõem a lista.
Francisco Petros, indicado pelo fundo de pensão da Petrobrás, apontado por fontes como desafeto de Abilio, ficou de fora.
A nova chapa teve o apoio da Tarpon, que possui 7,2% da BRF, mas não recebeu aprovação formal de Previ e Petros, que possuem cerca de 11% da empresa cada uma, segundo fontes.
A ideia é que até a assembleia do dia 26 as negociações entre os fundos – que são os maiores acionistas individuais da BRF –, Abilio e Tarpon cheguem a um acordo para única chapa. Por ora, contudo, os dois lados ainda mantém determinação de defender sua própria lista.
Em disputa, está o comando da companhia de alimentos, maior exportadora de frangos do mundo. Após a BRF registrar sucessivos prejuízos, os fundos de pensão entraram com pedido em fevereiro de destituição do conselho, que desde 2013 é liderado por Abilio.
Procurados, Abilio, Furlan, Tarpon, Petros e Previ não comentaram o assunto.