Facebook fecha cerco para anúncios políticos
O Facebook anunciou ontem uma série de mudanças em sua política de anúncios e publicações pagas feitas dentro da rede social. “Com eleições importantes acontecendo esse ano nos Estados Unidos, México, Brasil, Índia e Paquistão, uma de minhas prioridades é garantir que não haja interferência nesses pleitos, como ocorreu em 2016”, disse o presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, em seu perfil na rede social. Ele fez menção à interferência russa em anúncios que influenciaram a eleição presidenciais nos EUA de 2016.
A principal mudança, que já começou a funcionar nos EUA ontem, é a de que qualquer anunciante que quiser fazer uma publicação paga sobre política, seja promovendo candidatos ou discutindo temas relacionados, terá de confirmar sua identidade e localização.
De acordo com Zuckerberg, cada publicação paga com teor político será identificada como tal por um selo, no canto esquerdo superior. Além disso, as publicações vão identificar quem pagou pelos anúncios. A expectativa é de que a ferramenta chegue ao resto do mundo nos próximos meses. Segundo apurou o Estado, o Facebook está trabalhando para que ela possa funcionar no Brasil antes do período eleitoral, que começa em 15 de agosto.
Além disso, os usuários do Facebook que forem administradores de páginas com alto número de fãs também terão suas identidades verificadas. “As pessoas não vão parar de tentar enganar o sistema”, escreveu Zuckerberg, “mas será mais difícil para qualquer fazer algo parecido com o que os russos fizeram na eleição dos EUA em 2016, usando páginas e contas falsas para veicular anúncios.”
Transparência. O Facebook também anunciou o lançamento global, a partir do terceiro trimestre, de uma ferramenta que permitirá aos usuários visualizarem todos os anúncios de uma página (política ou de marcas, por exemplo), independentemente se o usuário está no público-alvo ou não.
Dessa forma, será difícil que um candidato faça anúncios diferentes direcionados a públicos diversos – evitando o surgimento virtual do político “duas caras”. A ferramenta está sendo testada no Canadá desde 2017.