O Estado de S. Paulo

Facebook fecha cerco para anúncios políticos

- Bruno Capelas

O Facebook anunciou ontem uma série de mudanças em sua política de anúncios e publicaçõe­s pagas feitas dentro da rede social. “Com eleições importante­s acontecend­o esse ano nos Estados Unidos, México, Brasil, Índia e Paquistão, uma de minhas prioridade­s é garantir que não haja interferên­cia nesses pleitos, como ocorreu em 2016”, disse o presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, em seu perfil na rede social. Ele fez menção à interferên­cia russa em anúncios que influencia­ram a eleição presidenci­ais nos EUA de 2016.

A principal mudança, que já começou a funcionar nos EUA ontem, é a de que qualquer anunciante que quiser fazer uma publicação paga sobre política, seja promovendo candidatos ou discutindo temas relacionad­os, terá de confirmar sua identidade e localizaçã­o.

De acordo com Zuckerberg, cada publicação paga com teor político será identifica­da como tal por um selo, no canto esquerdo superior. Além disso, as publicaçõe­s vão identifica­r quem pagou pelos anúncios. A expectativ­a é de que a ferramenta chegue ao resto do mundo nos próximos meses. Segundo apurou o Estado, o Facebook está trabalhand­o para que ela possa funcionar no Brasil antes do período eleitoral, que começa em 15 de agosto.

Além disso, os usuários do Facebook que forem administra­dores de páginas com alto número de fãs também terão suas identidade­s verificada­s. “As pessoas não vão parar de tentar enganar o sistema”, escreveu Zuckerberg, “mas será mais difícil para qualquer fazer algo parecido com o que os russos fizeram na eleição dos EUA em 2016, usando páginas e contas falsas para veicular anúncios.”

Transparên­cia. O Facebook também anunciou o lançamento global, a partir do terceiro trimestre, de uma ferramenta que permitirá aos usuários visualizar­em todos os anúncios de uma página (política ou de marcas, por exemplo), independen­temente se o usuário está no público-alvo ou não.

Dessa forma, será difícil que um candidato faça anúncios diferentes direcionad­os a públicos diversos – evitando o surgimento virtual do político “duas caras”. A ferramenta está sendo testada no Canadá desde 2017.

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