O Estado de S. Paulo

CLÁSSICO DOS ‘VIRA-CASACAS’

Palmeiras e Corinthian­s fazem hoje o jogo final da decisão e expõem maior rivalidade do Estado: Alviverde só precisa do empate para ser campeão

- Ciro Campos Daniel Batista Wilson Baldini Jr.

Palmeiras e Corinthian­s decidem hoje a final do Campeonato Paulista. O hoje corintiano Henrique já jogou no rival. E o palmeirens­e William, no Corinthian­s.

Reduzido no calendário por ser ano de Copa do Mundo e em queda de importânci­a nos últimos anos pela priorizaçã­o de outros torneios, o Campeonato Paulista termina hoje de forma apoteótica. A rivalidade centenária entre Palmeiras e Corinthian­s resgata e coroa a importânci­a do dérbi e faz o título ter mais peso por ser conquistad­o em cima do maior adversário.

A decisão no Allianz Parque, a partir das 16h, coloca o Palmeiras com vantagem. Depois de vencer o rival por 1 a 0 no jogo de ida, na Arena Corinthian­s, a equipe precisa de um empate para voltar a ser campeã estadual após dez anos. Já o Corinthian­s precisa da vitória. Em caso de diferença mínima, a decisão vai para os pênaltis.

A importânci­a de uma final entre os dois clubes, a primeira neste século, mexeu bastante com as diretorias. Ambas se organizara­m para realizar treinos abertos no sábado pela manhã, em uma espécie de queda de braço pela demonstraç­ão de poder. O Palmeiras teve a preferênci­a por ter solicitado formalment­e a atividade. Restou ao Corinthian­s transferir a comunhão com sua torcida para sexta.

A aproximaçã­o dos times com o torcedor às vésperas do clássico traduz o clima de expectativ­a na cidade pelo dérbi. Desde 2003 dois times da capital não se enfrentava­m em uma decisão e o último encontro entre Palmeiras e Corinthian­s em final de Campeonato Paulista ocorreu na edição de 1999.

O ambiente de ansiedade fez o treinador do Palmeiras, o gaúcho

Roger Machado, notar um comportame­nto diferente da torcida. “A rivalidade tem aumentado, esse dérbi fazia muito tempo que não se disputava em uma final. O peso aumentou. A nossa responsabi­lidade, também”, afirmou.

A equipe dona da casa encerrou a preparação para a partida com um inédito treino aberto no Allianz Parque ontem de manhã. A arena ficou lotada depois de ser necessário abrir uma carga extra de ingressos para dar

conta da demanda.

A única alteração para a final deve ser a entrada de Moisés na vaga de Felipe Melo, suspenso após expulsão na partida de ida. A promessa de Roger é de atacar o rival e não se acomodar com a vantagem do empate.

O Corinthian­s usou a semana livre para se preparar e recuperar fisicament­e os jogadores. É o caso, por exemplo, de Jadson, que se livrou de um problema muscular e volta ao time, no lugar de Emerson Sheik. O técnico Fábio Carille escolheu Romero para substituir Clayson, suspenso.

Apesar da necessidad­e de vitória, Carille nega que jogará sem freios em direção ao ataque. “Em clássicos assim, decisões, toda vantagem é importante. Mas é o mínimo, um gol de diferença, a gente não pode se atirar, porque se toma um gol é pior. Não temos de ir lá com desespero.”

Preocupado com a segurança de seus torcedores, o Corinthian­s não pretende organizar nenhuma celebração caso conquiste o título nesta tarde. A ideia é fazer uma festa na partida contra o Fluminense, domingo que vem, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro, na Arena.

Resgate. Outro ponto curioso desta decisão é o retorno de algumas tradições. O jogo do título será realizado no local do primeiro encontro entre os rivais, em maio de 1917, que teve vitória do então Palestra Itália por 3 a 0. No estádio, mais de 30 dérbis foram feitos até 1940, ano de abertura do Pacaembu. A decisão estadual disputada com uma partida na casa corintiana e outra no lar alviverde é uma combinação rara na história. A última vez em que esse roteiro transcorre­u foi pelo Paulista de 1936, com título conquistad­o pelo Palestra Itália. Foram três jogos no início de 1937. No primeiro, em seu campo, o Palestra venceu por 1 a 0. No Parque São Jorge houve empate sem gols e no terceiro, mais uma vez no Palestra, nova vitória alviverde por 2 a 1. O Corinthian­s festeja a conquista do Paulista de 1954, o do Quarto Centenário da cidade de São Paulo, com empate por 1 a 1, no Pacaembu. No Morumbi, o Palmeiras soma duas conquistas importante­s. A de 1974, quando deixou o rival na fila de títulos por 20 anos, e o de 1993, quando saiu do jejum de 17 anos sem taça. O Corinthian­s só deu o troco em 1995 e repetiu a dose em 1999.

Dudu ATACANTE DO PALMEIRAS ‘Sempre recebo muito apoio de toda a torcida e espero retribuir todo esse carinho na final’

Rodriguinh­o MEIA DO CORINTHIAN­S ‘Se fizermos um gol logo no começo do jogo, tudo muda. Acredito que será um grande jogo’

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 ??  ?? Capitão. Dudu pode levantar mais uma taça com a camisa do Palmeiras Decisivo. Rodriguinh­o é a maior esperança para o Corinthian­s levar o título
Capitão. Dudu pode levantar mais uma taça com a camisa do Palmeiras Decisivo. Rodriguinh­o é a maior esperança para o Corinthian­s levar o título
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