Jornalista palestino é morto em protesto contra Israel em Gaza
Cinegrafista usava colete com identificação ao ser atingido no abdômen por bala; Israel tem usado munição real contra atos
O cinegrafista e fotógrafo palestino Yasser Murtaja, de 31 anos, morreu durante a cobertura de protestos palestinos contra Israel na Faixa de Gaza. Ele foi alvo de um disparo no abdômen, executado por militares israelenses na tarde de sexta-feira. Outros sete homens identificados como parte da imprensa ficaram feridos, segundo o Ministério de Saúde em Gaza.
Murtaja, que trabalhava para a agência local Ein Media, com sede em Gaza, morreu enquanto cobria os eventos da Marcha do Retorno, no leste do enclave
palestino, na cidade de Khan Yunis. O sindicato de jornalistas local alegou que o grupo estava claramente identificado enquanto trabalhava. Israel afir- mou que não se manifestaria enquanto não houvesse certeza sobre as circunstâncias da morte.
Pelo menos de 9 pessoas morreram na sexta-feira por disparos israelenses e cerca de 300 foram feridas à bala na segunda jornada a da denominada Marcha do Retorno. Cerca de 20 mil moradores de Gaza foram para a fronteira com Israel. Alguns deles queimaram pneus, lançaram coquetéis molotov e pedras.
O uso de munição letal contra os manifestantes tem sido criticado pela comunidade internacional. Israel alega que o uso de munição letal é legítimo para defender as barreiras que isolam o território palestino governado pelo grupo radical islâmico Hamas. O principal recurso israelense para responder a pedradas e coquetéis molotov têm sido as bombas de gás, mas os militares também recorrem às armas de fogo, tendo como alvo preferencial as pernas dos manifestantes.