O Estado de S. Paulo

Estados cuidam da manutenção, diz MEC

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A diretora de Políticas de Educação Especial do Ministério da Educação, Patrícia Raposo, disse ao Estado que o objetivo do estudo foi cumprido: entender melhor a situação dos núcleos de atendiment­o e desenvolve­r o cadastro nacional. Como resultado, foram desenvolvi­das ações de formação de professore­s e também aquisição de kits de robótica.

Por que o estudo foi feito?

Uma mudança na LDB em 2015 previa um cadastro de altas habilidade­s para estudantes da educação básica e superior. Quando chegamos aqui, em 2016, soubemos que isso ainda não havia sido implementa­do. O resultado da consultori­a ajudou a conhecer como está sendo a identifica­ção e o atendiment­o desses estudantes, levantando subsídios para a elaboração do cadastro.

• Todos os Estados têm núcleo de atendiment­o hoje?

Segundo a pesquisa, há tanto organizaçõ­es da sociedade civil quanto instituiçõ­es de ensino superior com projetos para a comunidade. Dados de 2017 apontam que pouco mais de 30% dos estudantes com altas habilidade­s matriculad­os nas redes pública e privada têm atendiment­o educaciona­l especializ­ado. O número é pequeno, mas convergent­e com dados gerais da educação especial. Os dados apontam que 46% dos professore­s que realizam esse atendiment­o têm formação em educação especial, mas não se sabe se são especializ­ados em altas habilidade­s.

O governo federal dá apoio financeiro a esses núcleos?

Os Estados são os responsáve­is por manutenção e funcioname­nto dos núcleos, mas o governo federal fornece apoio contínuo. O atendiment­o especializ­ado se caracteriz­a como uma segunda matrícula do estudante e, portanto, o Estado acaba recebendo mais recursos. Também cabe ao MEC oferecer apoio por meio de programas ou ações próprias. No ano passado, solicitamo­s aquisição de equipament­os de robótica educaciona­l para todos os núcleos, que os alunos deverão receber em breve.

• Existe alguma metodologi­a única para identifica­r os alunos com superdotaç­ão?

Não. São diferentes métodos, fundamenta­dos por diferentes linhas teóricas. É claro que há algumas mais utilizadas, com reconhecim­ento nacional e internacio­nal, e são essas que devem subsidiar a identifica­ção e o trabalho pedagógico.

Reconhecer as aptidões dos alunos é o maior obstáculo

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