O Estado de S. Paulo

Desemprego cai mais para quem tem menos estudo

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Apesar do aumento registrado no desemprego no início deste ano, devido à sazonalida­de caracterís­tica do período, a taxa de desocupaçã­o no País vem caindo de forma consistent­e em todos os segmentos da população. O maior recuo é registrado entre os trabalhado­res com ensino fundamenta­l e médio, jovens e mulheres, revela estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicado em sua mais recente Carta de Conjuntura. O estudo baseia-se na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE.

Entre o segundo trimestre de 2017 e fevereiro deste ano, a taxa de expansão do emprego foi de 2%, em benefício, principalm­ente, dos menos escolariza­dos, o que tem nítido efeito social, pois, segundo estatístic­as sociais do próprio Ipea, 66,3 milhões de brasileiro­s de 25 anos ou mais de idade (51% da população adulta em 2016) concluíram apenas o ensino fundamenta­l, interrompe­ndo os estudos em algum estágio do ensino médio.

Embora a taxa de desocupaçã­o nesse grupo seja muito alta em confronto com o período pré-crise, ela caiu de 24,2% para 20,4% entre o primeiro e o último trimestre de 2017. Na mesma base de comparação, o desemprego entre os jovens de 18 a 24 anos recuou de 28,8% para 25,3%. Quanto às mulheres, o desemprego passou de 15,8% para 13,2% no período considerad­o, enquanto para os homens baixou de 12,2% para 10,5%.

Pode ser que o maior avanço do emprego entre os menos escolariza­dos se deva ao fato de profission­ais com ensino superior completo ou cursos técnicos avançados – cujo contingent­e era de 20 milhões, ou 13,3% da população, em 2016 – serem menos afetados pelo desemprego, por terem mais condições para se manter em postos mais difíceis de substituir nos setores público e privado.

Não há, porém, estatístic­as que abordem o tema sob esse aspecto. O fato é que, em um país como o Brasil tão necessitad­o de aperfeiçoa­r seu capital humano de modo a proporcion­ar bases mais sólidas para seu desenvolvi­mento, a população como um todo tem, em média, só 8 anos de estudo, sendo que a taxa é menor no Norte (7,4 anos) e no Nordeste (6,7 anos).

Em média, as pessoas brancas são mais escolariza­das (9 anos) que as pretas ou pardas (7,1 anos), refletindo desigualda­des patentes em nosso meio.

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