Empresas adaptam produtos para atender os pequenos
Fabricantes de gôndolas e de máquinas para a produção de salgados criam novos modelos para esse público
O crescimento no número de empreendedores que começam a jornada empresarial em pequenos espaços dentro de suas próprias casas fez com que empresas como a FC Gôndolas, que fornece prateleiras e gôndolas para supermercados, e a Bralyx, fabricante de maquinas para salgados e doces, adaptassem os seus produtos para atender esse público.
Eduardo Zanardo, um dos sócios da FC Gôndolas, conta que estava acostumado a fabricar equipamentos mais pesados, porque o foco do negócio eram os grandes supermercados, portanto, as gôndolas tinham de aguentar mais peso.
“Quando começamos a receber demanda de pequenos, percebemos que era possível reduzir a espessura da chapa e dos demais itens. Isso foi importante porque pudemos reduzir o custo e, consequentemente, atender mais empreendedores”, afirma.
Segundo ele, os pedidos de pequenos costumam ser feitos a partir de R$ 4 mil. “Como nosso produto pode ser dividido em módulos, muitos clientes compram uma parte, pagam e depois compram mais itens. Eles não gostam de contrair dívidas”, ressalta.
Zanardo afirma que o segmento representa 60% da receita atual da empresa. “Hoje, o negócio vive do fornecimento para pequenos. Dos grandes, estamos fugindo, porque eles faturam os pagamentos para até 120 dias, não temos condições de esperar tanto. Esse prazo leva a empresa para o buraco. Os pequenos pagam à vista, no cartão de crédito e alguns usam cartão do BNDES”, conta.
As maiores demandas da FC Gôndolas são de empreendedores que querem montar lojas de doce, mercadinho, loja de R$ 1,99, pet shop e farmácias de bairro. “São negócios, em geral, instalados em espaços de 4 m X 4 m”, diz. A empresa participará, pelo terceiro ano consecutivo, da Feira do Empreendedor.
Gerente de marketing da Bralyx, Vanessa Camunhas conta que a empresa trabalha com linha completa de máquinas para a fabricação de salgados e doces. “Temos máquinas que preparam a massa, chamadas masseiras, mas o carro-chefe é a máquina que formata e recheia os salgados. Este é o equipamento
que mais atrai os pequenos empreendedores”, afirma.
A marca tem modelos compactos tanto de masseira quanto de formadora/recheadora, que ocupam pouco espaço e podem ser usadas em uma bancada ou até mesmo sobre a pia da cozinha.
“A formadora compacta pode
fazer até dois mil salgados por hora. Também temos uma empanadeira que completa a linha voltada aos pequenos empreendedores mas, geralmente, quem está começando prefere empanar na mão.”
A gerente diz que as versões compactas começaram a ser fabricadas depois que a empresa participou da Feira do Empreendedor pela primeira vez, em 2014.
“Criamos a Picolina e a Picola. As duas, em termos de produção, fazem a mesma quantidade, mas a Picolina faz salgados menores, de até 45 gramas. Enquanto a Picola faz salgados de até 180 gramas, comuns nas vitrine de lanchonetes.”
Vanessa diz que a Picola foi lançada no evento de 2015 e a Picolina na feira de 2016. “Ambas têm preços a partir de R$ 17,6 mil e a masseira custa a partir de R$ 9,9 mil.” Segundo ela, o porcentual de participação das vendas de máquinas pequenas na receita mensal da empresa representa 20%.
A gerente conta que a Bralyx estará na Feira do Empreender apresentando uma novidade. “Desenvolvemos uma máquina pequena que tem um kit que permite montar salgados com dois recheios, como coxinha com catupiry, por exemplo. A novidade segue a tendência da marca de apoiar e dar versatilidade para quem está começando um negócio”, afirma.