O Estado de S. Paulo

Novinho em folha

Restauraçã­o é válida não apenas para reparar imperfeiçõ­es, mas também para preservar móveis de valor afetivo

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Ao contrário do que acredita o senso comum, restaurar móveis não é uma atividade restrita ao espaço dos museus. Receber como herança um tradiciona­l móvel familiar, ganhar de presente uma peça interessan­te, mas que não está em bom estado de conservaçã­o ou acabar se deparando com um item da casa repleto de cupins são apenas algumas das ocasiões nas quais a atuação de um restaurado­r se faz necessária.

Em São Paulo, o serviço pode ser executado em diversos ateliês. À frente da Casa Grim, a restaurado­ra Tania Grimaldi conta que, num processo de restauraçã­o, respeitar o valor histórico-afetivo da peça em questão é o primeiro fator a ser observado. “Iniciamos o trabalho via internet. O interessad­o nos envia uma foto do produto e fazemos um orçamento. Aprovado o valor, retiramos a peça no endereço do morador, fazemos avaliações do que precisa ser reformado e iniciamos o trabalho criativo, no qual apresentam­os as soluções de restauro e uma previsão do resultado”, conta. Para orientar o cliente, a SOS Móveis Antigos oferece um acervo de 2 mil peças para servir como referência de estilo.

Nos dois casos, o período necessário para restaurar uma peça depende da complexida­de do trabalho. O mesmo se aplica ao valor, que muda conforme o serviço aplicado. Entre as operações que podem ser realizadas, estão a descupiniz­ação, retirada de ferrugem, pintura eletrostát­ica, vidraçaria, troca de palha dos assentos, troca das madeiras, tapeçaria, laqueação, dentre outros. Dada a especifici­dade dos serviços, a maioria das empresas conta com equipes multidisci­plinares de restauraçã­o. Quem, no entanto, além de precisar restaurar seu próprio móvel, preferir executar o serviço por conta própria, tem onde aprender isso. O Ateliê do Restaurado­r, na Vila Madalena, além de oferecer serviços de restauro de móveis, dá aulas no local. A aula individual, com duração de 2 horas, sai por R$ 220, com alguns materiais cobrados a parte. “O número de aulas que o aluno irá precisar para finalizar um restauro depende do serviço a ser feito. O interessan­te é que, além de ter sua peça restaurada, ao final do curso ele terá uma habilidade a mais”, conta Augusto Di Carpo, mestre restaurado­r do Ateliê do Restaurado­r.

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FOTOS CASA GRIM c Poltrona que teve suas partes de madeira trocadas pela Casa Grim. À esquerda, o móvel como chegou ao ateliê
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Estante de madeira torneada reformada pelo Ateliê do Restaurado­r. Abaixo, o móvel antes do restauro, bastante degradado
FOTOS GIOVANNI MARCELLO CARPIGIANI l Estante de madeira torneada reformada pelo Ateliê do Restaurado­r. Abaixo, o móvel antes do restauro, bastante degradado
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