Advogado poderia fazer delação contra presidente
Opresidente dos EUA, Donald Trump, e a Casa Branca rejeitaram responder a uma pergunta básica sobre o pagamento a Stormy Daniels: Trump estava envolvido? Finalmente, recebemos uma negativa na quinta-feira. Na segunda-feira, o advogado que fez o pagamento, Michael Cohen, teve seu escritório invadido. Será que esses dois eventos têm relação?
Especialistas dizem que é possível. De acordo com eles, a negativa de Trump, combinada com as de Cohen e do advogado David Schwartz, significava que os dois lados garantiam não ter havido comunicações entre advogado e cliente. E, dado que as exigências requeridas para se invadir o escritório de um advogado são maiores, isso poderia ter sido suficiente para que a Justiça autorizasse a incursão.
O ex-promotor federal Patrick Cotter disse que “a afirmação de Trump certamente tornou muito mais fácil obter o mandado, pelo menos para o caso de Stormy”. Outros especialistas, porém, foram mais céticos. Eles enfatizaram que esses tipos de invasão exigem um imenso planejamento e, mesmo que o comentário de Trump tenha causado isso de alguma forma, era provável que a operação acontecesse de qualquer maneira. Mesmo que a negativa de Trump não tenha ajudado a antecipar a operação, o fato é que o resultado pode servir de base em um possível processo criminal contra Cohen. Por fim, os investigadores podem esperar por um acordo de delação, se Cohen cooperar com a investigação de Robert Mueller sobre a Rússia.
Trump tuitou ontem que “o sigilo entre advogado e cliente está morto”, mas seus comentários, na quinta-feira, sugeriram que ele e Cohen nunca conversaram sobre o pagamento a Daniels. Isso significaria que Cohen não estava atuando como representante legal de Trump no caso e ele não poderia defender tal proteção – pelo menos em relação ao caso de Stormy. Talvez isso seja pelo menos parte da razão pela qual a Casa Branca e Trump passaram tanto tempo evitando responder a uma pergunta tão básica.