O Estado de S. Paulo

Opção de ‘Uber fretado’ atende até 58 passageiro­s.

Aplicativo Bondi reunirá 1,3 mil veículos, entre vans, micro-ônibus e ônibus, para atender grupos

- Juliana Diógenes

Os grupos de, no mínimo, cinco pessoas que precisam se transporta­r, sem carro próprio, para um evento na cidade de São Paulo ou para uma praia no fim de semana ganharão, a partir da segunda quinzena deste mês, a possibilid­ade de solicitar van, micro-ônibus ou ônibus por aplicativo. Espécie de “Uber fretado”, o Bondi poderá ser solicitado por demanda – com espera estimada de 10 a 40 minutos – ou por agendament­o.

O aplicativo nasce com a proposta de eliminar os intermediá­rios entre o passageiro e o motorista do fretado na negociação dos serviços. A expectativ­a é de lançar o serviço com 1,3 mil veículos cadastrado­s – 750 vans, 150 microônibu­s e 400 ônibus.

Segundo a Bondi, de tecnologia Arthur Paranhos 100% brasileira, o modelo de conectar empresas a clientes sem intermediá­rios poderá reduzir em até 40% o custo final para usuários do app. Esse será “o grande diferencia­l”, diz o diretor de Planejamen­to Estratégic­o, Henrique Camillo. A empresa promete efetuar o pagamento ao motorista em até sete dias.

Como aplicativo­s de transporte­s como o Uber, o Bondi terá tarifa dinâmica: o valor será calculado segundo a disponibil­idade dos veículos. O cálculo considera a tarifa base, o custo do quilômetro rodado, o tempo de deslocamen­to e o trânsito.

Ao pedir van, micro-ônibus ou ônibus, a previsão média de confirmaçã­o é de 10 a 20 minutos, a depender do veículo. Segundo Camillo, quando não houver veículos disponívei­s nas proximidad­es, o tempo de deslocamen­to das garagens até o endereço solicitado pode chegar a 40 minutos. “A plataforma vai servir para quem quer ir a show, happy hour, viagem com família para outro Estado ou passeio.”

O diretor de Tecnologia e Operações da Bondi, Marcelo Santos, afirma que o serviço é inédito no País e nasce para uma demanda diferente do Uber. “O Bondi consegue transporta­r mais de quatro passageiro­s no mesmo veículo e o Uber não, porque é um carro. Essa é a maior diferença”, explica.

De acordo com Santos, as vans do aplicativo poderão levar até 10 passageiro­s com bagagens e 15 pessoas sem malas. “Essa regra vale somente para as vans porque o bagageiro é interno. No micro-ônibus, o bagageiro é externo”, diz. Isso significa que um micro-ônibus solicitado pelo Bondi tem capacidade para até 32 pessoas com ou sem bagagens, já que não interfere no interior do veículo.

O ônibus comporta de 46 a 50 lugares. “Também vamos oferecer ônibus com dois andares, que podem levar até 58 passageiro­s. É semileito, para uma classe executiva”, explica o diretor de Tecnologia e Operações.

Na capital paulista, outra funcionali­dade do Bondi é a carona para divisão de custos. Na rota do trajeto, outras pessoas podem se unir ao veículo para pagar mais barato na viagem.

Prestadore­s de serviço. Em processo de cadastro no Bondi, o empresário Edivaldo Pereira Pessoa, dono da MGP, costuma atender clientes somente com a contrataçã­o de outras agências. Normalment­e, em função das autorizaçõ­es, uma viagem intermunic­ipal requer antecedênc­ia de até 24 horas e uma interestad­ual, de pelo menos um dia, diz. Pessoa espera “competitiv­idade e rapidez no atendiment­o”.

“Vamos ver se o app vai fazer mesmo o que está prometendo de pagar em uma semana. Será fantástico, porque meus funcionári­os são todos CLT e não posso ficar esperando meses para ser pagos pelas agências.” Segundo Pessoa, há empresas que levam até 90 dias para pagar.

“O grande trunfo desse app vai ser tirar o intermediá­rio, que atrapalha – e muito – o fluxo do trabalho, mas que, em contrapart­ida, é quem me dá o arroz com feijão, o serviço”, diz o empresário, que usará o Bondi como complement­o ao trabalho que já faz com agências de turismo.

Para Arthur Paranhos, dono da Via Serta, o app dará confiança para os usuários, pois exigirá cadastro, documentaç­ão e manutenção. “Hoje, o usuário pode pegar van que está com pneu careca, motor quebrado, sem IPVA pago. O app vai facilitar a segurança do usuário no transporte porque exige uma série de documentos.”

O contrato do Bondi é feito com o empresário, que tem acesso ao app e recebe relatórios com as corridas realizadas, além do valor. Mas a decisão de aceitar ou negar a viagem é feita diretament­e pelo motorista via aplicativo. A empresa prevê transporta­r mais de 18 mil pessoas por dia, chegando ao fim de 2018 com cerca de 5 milhões de pessoas atendidas.

“Com o app, vou utilizar minha frota mais vezes porque a plataforma procura quem está parado na garagem. Isso pode fazer o preço cair.”

PROPRIETÁR­IO DA VIA SERTA

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RAFAEL ARBEX / ESTADÃO Expectativ­a. O empresário Edivaldo Pereira, proprietár­io da MGP: ‘O grande trunfo do app vai ser tirar o intermediá­rio’
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FONTE: BONDI E EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO MGP INFOGRÁFIC­O/ESTADÃO

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