Juro de mercado tem de cair mais rapidamente, diz Ilan
Presidente do Banco Central afirmou ontem que não está satisfeito com velocidade da queda dos juros
Apesar das medidas mais recentes na área de crédito e dos cortes promovidos na Selic (a taxa básica da economia), o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou ontem que a instituição deseja uma queda mais rápida dos juros ao consumidor final.
“As taxas de juros de mercado e o spread bancário estão numa tendência de queda”, afirmou Ilan durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. “Isso não significa que estamos satisfeitos com a velocidade da queda. Queremos que a redução seja mais rápida, para que tenhamos logo crédito mais barato para famílias e empresas”, acrescentou.
O spread bancário representa a diferença entre o custo de captação dos bancos e o que é efetivamente cobrado do consumidor. De fato, o spread e as taxas de juros vêm recuando nos últimos meses, em função da queda da Selic. Mas a percepção, expressa por alguns senadores que participaram da audiência de ontem na CAE, é de que o recuo tem sido lento.
No ano passado, o BC já havia estabelecido novas regras para o rotativo do cartão de crédito, com o objetivo de reduzir as taxas cobradas nestamodalidade. Ontem, a Federação Brasileira de Bancos anunciou novas regras para o cheque especial. Nas duas modalidades, os juros cobrados dos consumidores seguem elevados, perto de 334% e 324% ao ano, respectivamente.
Ilan afirmou durante a audiência que a instituição gostaria que, “desta vez”, a queda dos juros ao consumidor fosse mais intensa. Isso porque, segundo ele, “temos a queda da Selic para o mínimo histórico (6,50% ao ano), que é o ingrediente principal, e temos várias medidas estruturais”. Por isso, reforçou o presidente do BC, “queremos redução mais rápida, para termos logo crédito mais barato”.
Sobre a possível definição de limites às tarifas dos cartões de crédito, nos moldes do que foi feito com cartões de débito, Ilan afirmou que a intenção é estudar todo o sistema e que os cartões de crédito também
estão no foco.