SAÚDE PÚBLICA
Em perigo
O Estadão publicou em 8/4 duas más notícias sobre saúde. A primeira, no editorial Outro lado da crise da saúde (A3), que comenta vários aspectos de levantamento da Federação Brasileira de Hospitais sobre esse cenário. Além da grande perda de leitos de hospitais públicos de 2010 a 2017, os privados tiveram uma perda líquida de 10% de seus leitos, ou 31,4 mil unidades. As perdas mais significativas foram no Nordeste e Norte. Nesse período encerraram as atividades 1.797 pequenos hospitais e se iniciou o atendimento em cerca de 1.367 outros – uma redução líquida de 430 hospitais. Estudos indicam que para ser economicamente viável um hospital tem de ter ao menos 150 leitos. Mas grandes hospitais que prestam serviços ao SUS questionam os valores de remuneração, o que mantém instituições como as Santas Casas em déficit – que se resolve momentaneamente recorrendo à rede bancária, mas os déficits vão se acumulando. O mesmo se dá em hospitais filantrópicos. O dinheiro destinado à saúde é insuficiente. Já a reportagem Quando o remédio chega tarde demais (A22) trata do drama de pessoas com as chamadas doenças raras, que dependem de medicamentos de alto custo e importados. O suprimento é falho e a matéria cita casos de morte por falta de oportuno suprimento, motivado, entre outras razões, por insuficiência de recursos. Na proposta de reforma da Previdência procurava-se uma moderação de certos “penduricalhos” e benefícios de servidores, que os têm como direitos adquiridos, e não cessam de crescer. Mesmo com a situação fiscal desequilibrada, não se pode tocar nesses direitos! Resta recorrer a verbas menos vigiadas por corporações influentes. MARIO HELVIO MIOTTO mariohmiotto@gmail.com Piracicaba