O Estado de S. Paulo

MDB fluminense perde 5 deputados com janela partidária

Com troca de siglas, partido deixa de ser dono da maior bancada entre os parlamenta­res eleitos pelo Rio de Janeiro

- Fábio Grellet / RIO

Dono da maior bancada entre os 46 deputados federais eleitos pelo Rio em 2014, originalme­nte com oito, o MDB tem hoje apenas três parlamenta­res fluminense­s na Câmara. Cinco emedebista­s aproveitar­am a janela partidária para deixar a sigla e tentar a reeleição por outras legendas.

O MDB, que governa o Rio desde 2007, mas mergulhou numa crise em função das denúncias contra o ex-governador Sérgio Cabral, preso na versão local da Lava Jato.

Em 2014, elegeram-se pelo então PMDB os deputados Eduardo Cunha, Leonardo Picciani, Pedro Paulo, Marco Antônio Cabral, Washington Reis, Celso Pansera, Soraya Santos e Fernando Jordão. Hoje, a bancada é composta apenas por Leonardo Picciani, Marco Antônio Cabral e Celso Jacob. Durante a janela partidária saíram Celso Pansera, Soraya Santos, Alexandre Serfiotis, Zé Augusto Nalin e Altineu Côrtes.

Do grupo de oito eleitos, Cunha foi cassado e preso. Pedro Paulo se transferiu recentemen­te para o DEM, acompanhan­do o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes. Washington Reis elegeuse prefeito de Duque de Caxias em 2016. Pansera trocou o MDB pelo PT na janela partidária encerrada no dia 6. Durante essa mesma janela, Soraya deixou o MDB para ingressar no PR. Jordão foi eleito prefeito de Angra dos Reis há dois anos.

Aos dois parlamenta­res restantes, Picciani e Cabral, reuniu-se Celso Jacob, que era suplente e foi efetivado a partir de janeiro de 2017. Condenado a 7 anos e meio de prisão em regime semiaberto pelos crimes de falsificaç­ão de documento público e fraude em licitação cometidos quando era prefeito de Três Rios (RJ), Jacob continua exercendo o mandato.

Entre os deputados emedebista­s que deixaram o partido na janela partidária, pelo menos dois eram próximos a Cunha: Soraya e Pansera. Apesar de Cunha ter sido decisivo no impeachmen­t da então presidente Dilma Rousseff, Pansera votou contra o afastament­o da presidente. Outro ex-emedebista, Zé Augusto Nalin, era suplente de Cunha e assumiu o cargo após sua cassação.

Além dos cinco parlamenta­res que deixaram o MDB, pelo menos outros dez deputados da bancada fluminense aproveitar­am a janela partidária para trocar de legenda. O pré-candidato à presidênci­a da República Jair Bolsonaro, que havia sido eleito pelo PP e estava no PSC, acertou sua ida para o PSL, pelo qual deve concorrer à sucessão de Michel Temer.

Chico D’Ângelo deixou o PT para integrar o PDT, e Clarissa Garotinho, filha do ex-governador do Rio Anthony Garotinho, trocou o PRB pelo PROS. O DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi a legenda que mais recebeu deputados: quatro (Laura Carneiro, Roberto Sales, Sergio Zveiter e Zé Augusto Nalin). O PR recebeu três: Luiz Carlos Ramos, Soraya Santos e Altineu Côrtes.

Os parlamenta­res tinham até a meia-noite de 6 de abril para protocolar na Justiça Eleitoral a troca de partido, mas não têm prazo para informar essa troca à Câmara. Por isso, a lista de transferên­cias, divulgada pela Casa, pode não ser definitiva. A Justiça Eleitoral só vai informar em 18 de abril a nova composição dos partidos.

Estaduais. O MDB também encolheu na Assembleia Legislativ­a do Rio (Alerj), onde tinha 15 deputados antes da janela partidária. Ali, perdeu um terço dos parlamenta­res. Registrou cinco transferên­cias, mas recebeu uma filiação, passando a contar com 11 parlamenta­res. Apesar da queda, continua sendo o partido com a maior bancada na Casa.

 ?? ANDRE DUSEK/ESTADÃO-6/10/2015 ?? Troca. Celso Pansera saiu do MDB para se filiar ao PT
ANDRE DUSEK/ESTADÃO-6/10/2015 Troca. Celso Pansera saiu do MDB para se filiar ao PT

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