O Estado de S. Paulo

Análise de estudo adiou audiência sobre os Batista

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Um pedido de prazo feito pelo Ministério Público (MP) para analisar um estudo produzido por especialis­ta sobre a acusação de insider trading envolvendo os irmãos Batista, da JBS, foi a razão para o adiamento da audiência na Justiça Federal em São Paulo, que estava marcada para anteontem. Na ocasião, um dos responsáve­is pelo estudo seria ouvido. Mas o MP solicitou mais prazo para entender o documento, antes da oitiva do especialis­ta. O estudo, elaborado pelos professore­s da FGV Euchério Rodrigues Lerner, que foi superinten­dente de derivativo­s da Comissão de Valores Mobiliário­s (CVM), e Paulo Renato Soares Terra, analisou 700 eventos políticos ao longo de 10 anos e demonstrou que a taxa de câmbio reage a eles de forma imprevisív­el. Assim, a conclusão é de que mesmo se os executivos da JBS tivessem informação privilegia­da, eles não poderiam prever que o vazamento faria o real perder ou ganhar valor em relação ao dólar. Joesley e Wesley Batista, sócios da JBS, são acusados de terem comprado dólares para lucrar com o estresse provocado no mercado pelas acusações contra o presidente Michel Temer, vazadas na imprensa, em maio do ano passado. Procuradas, JBS e J&F não comentaram.

» Mais uma. Um grupo de acionistas minoritári­os da Braskem enviou reclamação à Comissão de Valores Mobiliário­s (CVM) porque não conseguiu ter o nome de Walter Albertoni, indicado por eles ao Conselho de Administra­ção da companhia, incluído no boletim de voto a distância. Ter o nome no boletim é muito relevante porque apenas aqueles que aparecem no documento poderão ser escolhidos pelos acionistas que não votarão presencial­mente. Albertoni é hoje conselheir­o fiscal da Petrobras.

» Motivação. A Braskem teria alegado falta de documentaç­ão para provar o número de ações necessária­s para a realização do pleito, o que os

minoritári­os refutam. A assembleia dos acionistas que definirá os conselheir­os está agendada para o dia 30 deste mês. Procurada, a Braskem afirma que “agiu de acordo com as regras da Lei das S/As e CVM” e que “cumpriu todos os prazos e procedimen­tos ali previstos”.

» Avante. A Austral Ressegurad­ora, controlada pela Vinci Partners, está prestes a dar o seu primeiro passo fora do Brasil em busca de diversific­ação. O alvo é Guernsey, ilha localizada no Canal da Mancha, entre a Inglaterra e a França. A região é similar a Bermudas, sede de grandes ressegurad­oras. A operação, que está sendo montada do zero, ainda depende do aval do regulador local, mas a expectativ­a é de que esteja ativa ainda neste ano. Em paralelo, a Austral estuda ainda abrir um escritório na Argentina. Atualmente, 15% dos negócios da companhia são globais, sendo todos os prêmios emitidos a partir do Brasil.

» Feeling. Os diretores financeiro­s (CFOs) brasileiro­s são os terceiros mais otimistas da América Latina,

perdendo para México e Chile, conforme levantamen­to realizado pela universida­de americana Duke em parceria com o Centro de Estudos em Finanças da Escola de Administra­ção de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGVCEF). Depois do Brasil estão Colômbia e Peru, segundo o estudo feito em março. Esse otimismo é explicado pela expectativ­a de cresciment­o de lucros: Chile e Brasil estão com as expectativ­as de ganhos mais robustos na região.

» Global. Consideran­do todas as regiões do mundo, os executivos financeiro­s dos Estados Unidos eram os mais otimistas em março, seguidos pelos europeus. No entanto, quando se trata da expectativ­a de lucros para 2018, os latino-americanos lideram o ranking. A pesquisa aponta ainda que o principal receio desses executivos latino-americanos é a incerteza econômica, seguida da preocupaçã­o em relação à fraca demanda por produtos e serviços.

» Cerco. A Companhia Siderúrgic­a Nacional (CSN) perdeu uma possível opção para tentar realizar a venda de suas ações da concorrent­e Usiminas. O novíssimo acordo de acionistas da siderúrgic­a mineira impede que qualquer signatário do bloco de controle compre papéis de fora do grupo, onde estão, por exemplo, as ações da CSN. Mesmo tendo que vender suas ações por determinaç­ão do Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica (Cade) - papéis que foram dados como garantias no alongament­o do empréstimo com o Banco do Brasil -, a CSN busca exercer seus direitos políticos na Usiminas, visto que possui nada menos do que 14,13% das ações ordinárias da empresa. Hoje, no entanto, o Cade vetou a participaç­ão da CSN na assembleia de acionistas da siderúrgic­a mineira.

» Nada ainda. A CSN chegou a sondar o mercado, no início no ano, para vender suas ações preferenci­ais (sem direito a voto) em um leilão em bolsa, operação chamada de “block trade”. Mas a empresa desistiu e, até o momento, não voltou a sentir a temperatur­a do mercado para efetuar tal operação.

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UESLEI MARCELINO/REUTERS
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MARCOS ARCOVERDE/ESTADÃO
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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

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