Petróleo fecha no maior nível desde 2014
Tensões geopolíticas pressionam cotações; no Brasil, dólar cai para R$ 3,386 e Bolsa sobe
O petróleo encerrou o pregão de ontem no maior valor em mais de três anos, impulsionado pela escalada das tensões no Oriente Médio. O salto só não foi maior por causa dos números de estoque e produção nos Estados Unidos, que vieram acima do projetado pelo mercado.
O barril do petróleo Brent, que é comercializado na bolsa de Londres, fechou em alta de 1,44% para junho, a US$ 72,06. Já o preço do WTI, que é comercializado na Bolsa de Nova York, subiu 2%, para US$ 66,82. Os preços são os mais altas desde dezembro de 2014.
Desde o início da semana, os investidores de petróleo têm ponderado os conflitos no Oriente Médio. E as reações dos operadores têm sido típicas de dias tensos, com até mesmo notícias não confirmadas alterando a dinâmica dos preços.
Nesta quarta-feira, por exemplo, a informação da rede de notícia estatal da Arábia Saudita Al Arabiya de que as forças de defesa interceptaram um míssil sobre a capital do país, Riad, causou apreensão sobre a retomada de protagonismo de um novo ator – o reino saudita – nos conflitos na região.
Ainda que a origem do suposto míssil não tenha sido confirmada, a cotação do petróleo disparou com essa notícia.
Além disso, os operadores citaram ainda as crescentes ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a Síria, após um ataque químico contra rebeldes.
Mercado. No Brasil, a força do petróleo e a fala do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, levaram o dólar a recuar o,72%, fechando a R$ 3,3860, abaixo, portanto, do piso dos R$ 3,40. Em entrevista à imprensa internacional, Ilan citou que o BC tem reservas internacionais, atualmente em US$ 383 bilhões, e estoque de swaps, próximo de US$ 24 bilhões para fazer frente à volatilidade, o que ajudou a acalmar o câmbio.
Já o principal indicador da Bolsa de São Paulo, o Ibovespa se descolou totalmente do mercado global. Puxado pela Petrobrás (alta de 2,31%), o indicador registrou uma alta de 0,87%, alcançando os 85.245,58 pontos.
Os mercados acionários americanos encerraram o pregão de ontem em baixa, à medida que os investidores monitoraram tensões geopolíticas e a ata da reunião de política monetária de março do Fed (o banco central dos Estados Unidos). O índice Dow Jones fechou em queda de 0,90%, o S&P 500 recuou 0,55%, e o Nasdaq cedeu 0,36%.