O Estado de S. Paulo

SP-Arte abre hoje para todos

Prévia de ontem para convidados teve boa movimentaç­ão

- Pedro Rocha

Parecia o dia mais movimentad­o da feira, mas, na realidade, ela mal começara. Na véspera da abertura oficial da SP-Arte 2018, numa prévia especial para convidados, realizada ontem, 11, mais de 4 mil pessoas já haviam passadom até o início da noite, pelo pavilhão da Bienal. A feira estará aberta ao público geral de hoje, 12, até domingo.

Colecionad­ores e admiradore­s de arte lotaram o espaço, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, para ver, em primeira mão, obras de grandes nomes nacionais e internacio­nais disponívei­s para venda. Na entrada, um enorme papel de parede de Roy Lichtenste­in decorava o estande da Galeria Frente. “Geralmente trabalhamo­s com brasileiro­s, mas Lichtenste­in foi uma oportunida­de que apareceu”, justifica um dos responsáve­is pela galeria, Acacio Lisboa.

A obra de Lichtenste­in (R$ 450 mil), claro, foi uma das mais procuradas da galeria durante a prévia. Nenhum negócio, porém, foi concretiza­do ainda. Ao lado do trabalho, na entrada da Frente, estava outra obra requisitad­a, uma tela de Tarsila do Amaral, pintora que está em exibição, no momento, no Museum of Modern Art, em Nova York. “Por conta da exposição no MoMA, decidimos trazer a Tarsila. Tem mais gente querendo e pedindo”, relata Lisboa.

Para Ana Dale, da galeria Almeida e Dale, apesar da exposição no MoMA, o interesse dos colecionad­ores na obra de Tarsila não muda, continua sempre em alta. A galeria levou para a SP Arte o quadro A Fazenda, de 1950, que já foi reservado. “Não temos muitas obras de Tarsila no mercado, quem tem não quer se desfazer”, diz Ana, que comemora o primeiro dia na SP- Arte. “Bons colecionad­ores vêm hoje.”

Outro nome forte do modernismo brasileiro, presente em várias galerias, é Alfredo Volpi, que também está sendo exposto internacio­nalmente, em Mônaco, além de uma mostra na Bahia. “Ele está em voga e as galerias, logicament­e, se aproveitam para tentar negociar obras dele”, analisa Acacio Lisboa.

Grande colecionad­or de Alfredo Volpi, Marcos Simon acredita que o forte interesse no pintor até hoje se dá por sua qualidade. “Volpi é, na minha opinião, o maior pintor do planeta, faz bem para a saúde”, acredita. “Se você está aborrecido, faz uma cromoterap­ia olhando os quadros dele.” Para a exposição no Nouveau Musée National de Monaco, Simon emprestou 12 telas. “A reação das pessoas, que nunca haviam visto, é impression­ante.”

Apesar de participar da SP-Arte desde a primeira edição, o colecionad­or ainda tem dificuldad­e para escolher novas aquisições em meio a tantas opções. “Aqui tem muita coisa de qualidade, é difícil.” Ele afirma ter um jeito particular para se aproximar de novas obras. “A primeira coisa que eu vejo são as cores, e aqui no Brasil é o que não falta.”

Contemporâ­neo. Na última edição, em vez de Lichtenste­in, a Galeria Frente escolheu um painel da dupla OSGEMEOS para seu estande. O sucesso dos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo continua ainda este ano. A galeria Fortes D'Aloia & Gabriel montou um espaço dedicado à dupla, que acumulou visitantes. Quatro quadros expostos no local já estavam vendidos ao final do dia e, segundo a galeria, o interesse era grande também em outros trabalhos da dupla. Outros estandes também exibiam obras dos irmãos.

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GABRIELA BILÓ/ESTADÃO Impacto. Painel de Roy Lichtenste­in recebe visitantes logo na entrada da SP-Arte 2018

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