O Estado de S. Paulo

BRASIL À PARTE, FEIRA COMEÇA COM OTIMISMO

- MARILIA NEUSTEIN

Aberta ontem pela manha, para convidados (hoje a feira abre para o público), a SP-Arte reuniu colecionad­ores, artistas e galeristas brasileiro­s e estrangeir­os, no tradiciona­l Pavilhão da Bienal. Diferentem­ente de outros anos, os marchands se mostravam otimistas. Hilda Araújo, por exemplo, confia em ano melhor de vendas. Bem como Marilia Razuk e Raquel Arnaud, com as quais a coluna conversou.

Chamava a atenção, na entrada da Bienal, a suntuosa Negra, de Tarsila do Amaral. Datada de 1940, a tela foi vista pelo público, pela última vez, em 2015, no MAR. E, no mesmo ano, na Bienal do Mercosul, em Porto Alegre. O quadro está no estande da Galeria Frente.

O estande L13, com a apresentaç­ão solo d’OSGEMEOS, já começou o evento “sold out”. Trata-se de um projeto especial da dupla em parceria com a Fortes D’Aloia & Gabriel. Os artistas prepararam instalação esparramad­a pelas paredes e pelo chão do espaço, abrigando quatro pinturas inéditas. A dupla, aliás, tinha como meta, ontem, atacar de DJs no “after-party” da feira.

Para a Pinacoteca, o balanço do dia foi positivo. O museu recebeu doação de 10 obras, totalizand­o R$ 310 mil. Entre elas, pinturas de Patricia Leite e Arjam, vídeos de Paulo Bruscky e Marcellvs L., mais um tridimensi­onal de Marcelo Cidade. Entre os doadores, Cleusa Garfinkel, Renata de Paula e a Associação do Patronato Contemporâ­neo.

Flavia Velloso, do MuBE, comemorava a obra de Marcia Pastore. Exposta em um estande pensado por Paulo Mendes da Rocha, ela faz parte de uma série de quatro obras. Foi doada pela artista para ser vendida em prol do museu. Indagada sobre a polêmica decisão do MAM do Rio de vender um Pollock para sair da crise, a diretora do museu paulista afirmou ser possível tomar outras atitudes: “É só olhar o Masp, que aproveitou seu acervo e conseguiu superar a situação financeira”.

Vik Muniz – ele assinou manifesto contra a venda do quadro – pensa o mesmo. “O sonho de qualquer artista é estar no acervo dos museus. Existem outras maneiras de sair dessa situação. Uma delas é recorrer aos próprios artistas que estão dispostos a fazer leilões e ajudar. Vender o acervo é uma tristeza”, afirmou. /

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