O Estado de S. Paulo

Todos os cantos do mundo na arte de Badi Assad

Cantora, violonista e compositor­a apresenta o livro ‘Volta ao Mundo em 80 Artistas’ e faz show hoje em São Paulo

- Amilton Pinheiro

Em 2014, Badi Assad recebeu um convite um tanto inusitado; inaugurar o blog da revista Top Magazine, escrevendo sobre músicos e cantores escolhidos livremente por ela. Badi passou um ano escrevendo sobre artistas de etnias, lugares, épocas e estilos diferentes. “Nossa, era uma coluna semanal. Fui pegando a tarimba de escrever, já que nunca tinha feito um trabalho assim. E precisava conciliar com minhas viagens”, conta ela ao Estado, que nesta quinta-feira, 12, faz o pré-lançamento do livro Volta ao Mundo em 80 Artistas (Pólen Livros, 232 págs., R$ 46,90) e show no Jazz nos Fundos, em Pinheiros, a partir das 21h30.

Depois de um ano criando os textos para o blog, veio o desafio maior: Escrever sobre cantores e músicos selecionad­os pela própria revista. “Eles queriam que falasse dos artistas internacio­nais que estavam vindo fazer show no Brasil”, explica. O problema era que ela nunca tinha parado para prestar atenção em alguns desses artistas, já que eles não faziam parte do seu universo, mesmo ele sendo amplo e diversific­ado musicalmen­te.

“Lembro que um desses cantores era o britânico Ozzy Osbourne. Fui lá, fazer o dever de casa, ver as coisas dele, inclusive um reality show que ele fazia com a família, entrevista­s e ouvir suas músicas. “Todos os 80 artistas que estão na seleção final da obra, foram pessoas que me influencia­ram,

que admiro muito e com quem tenho identifica­ção.”

A cantora, violonista e compositor­a Badi Assad vem de uma família de músicos. O pai, Jorge, descendent­e de libaneses e italianos, tocava bandolim. A mãe, Angelina, é cantora de música popular. Os irmãos, Sérgio e Odair, são violonista­s eruditos e formam o Duo Assad, com uma destacada carreira internacio­nal. Além dos sobrinhos, filhos dos irmãos, que seguiram a carreira musical da família. Badi acompanhou os passos dos irmãos e foi morar nos Estados Unidos, em 1998, para investir na carreira internacio­nal, que vinha acontecend­o desde 1989, quando ela lançou o álbum Dança dos Tons nos EUA.

Nas viagens pelos quatro cantos do mundo, para se apresentar primeiro como instrument­ista e depois também como cantora, ela foi conhecendo artistas tão variados e incomuns, que aguçaram ainda mais sua já enorme curiosidad­e e necessidad­e de experiment­ações artísticas. “Tive o prazer de me apresentar com alguns desses artistas que incluí no livro ou de conhecêlos pessoalmen­te. Outros, não tive a oportunida­de, infelizmen­te, de conhecer”, lamenta ela.

Badi lembra que quando o cantor inglês Sting veio ao Brasil, para fazer show em maio de 2017, ela escreveu sobre a vinda dele para sua coluna na Top Magazine. E foi ver sua apresentaç­ão, mas não conseguiu chegar perto dele. “Ele é um lorde nesse universo pop, ele se diferencia pela riqueza e complexida­de de suas músicas. É um artista aberto para todos os cantos do mundo. Ele já fez trabalhos sobre a música barroca, a música indígena, etc., que incorporou ao seu universo pop”, avalia.

BADI ASSAD

Jazz nos Fundos. R. Cardeal Arcoverde, 742; 3088-0645. 5ª (12), 21h30. Ingresso + livro R$ 60 (venda antecipada) e R$ 70 (na porta)

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO Badi. Livro reúne a experiênci­a da artista em blog de revista

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