Apostas em Bandeira e Rubem Valentim marcam feira paulista
Antonio Bandeira (1922-1967) e Rubem Valentim (1922-1991) são os dois pintores de maior presença na 14.ª edição da SP-Arte. A cotação de ambos disparou. As melhores telas de Bandeira estão sendo oferecidas por preços variáveis entre R$ 5 milhões e R$ 7 milhões. Uma boa pintura de grandes dimensões do baiano Valentim custa o equivalente a R$ 400 mil. A valorização se explica pela catalogação da obra de ambos (Bandeira terá dois catálogos e o de Valentim começa a ser organizado, antes da retrospectiva no Masp no segundo semestre). A feira cresceu e os colecionadores parecem dispostos a pagar altos preços por obras raras. A Pinakotheke colocou à venda duas pequenas esculturas de Rodin e Picasso que estavam numa coleção particular há 50 anos. São obras de dimensões liliputianas, mas não para o bolso de colecionadores neófitos (a de Picasso custa US$ 100 mil). O guache de Soulages vale quatro vezes mais que Picasso (US$ 400 mil), preço mínimo de uma tela de boa safra assinada por Mira Schendel, que prossegue disputada por colecionadores.
Os modernos brasileiros já atingiram um patamar estratosférico. Uma tela de 1964 pintada por Di Cavalcanti está sendo oferecida por R$ 16 milhões, um pouco menos que uma Tarsila do Amaral dos anos 1950 (R$ 17 milhões). Como as obras modernas icônicas não aparecem no mercado, os preços se justificam. E explicam a aposta em nomes como Valentim, que ocupa todo o estande da galeria Paulo Darzé.