Hotelaria mira expansão no mercado de luxo
São Paulo entra na rota do turismo mundial de altíssima renda com novos hotéis de bandeiras internacionais
Nos próximos três anos, o mercado hoteleiro de São Paulo vai ganhar endereços com diárias acima de R$ 1000. Novos hotéis mostram o ânimo do setor que, de 2016 para cá, contou ainda com as inaugurações do Palácio Tangará, no Morumbi, e do lendário Ca’d’Oro, na Rua Augusta, alvo de investimento de R$ 100 milhões.
Segundo o Observatório do Turismo de São Paulo, o crescimento da demanda por hospedagens entre 2011 e 2017 foi de cerca de 2% ao ano, mesmo com a recessão. Até 2021, a capital deverá ter 32 hotéis nas categorias luxo e super luxo, com diárias médias de R$ 400 e R$ 800 reais, respectivamente.
Inaugurado em maio passado, no Morumbi, o Palácio Tangará tem 141 dormitórios com terraços voltados para o Parque Burle Marx. As diárias podem chegar a R$ 38 mil e já se hospedaram por lá estrelas como Paul McCartney e Bono.
Segundo a Abih-SP, entidade do setor hoteleiro, a média de ocupação anual na capital paulista é de 60%, menos do que Florianópolis, Paris, Tóquio e Nova York (que tem 85% de ocupação). “Atraímos o turismo de negócios, mas pouco o de lazer”, diz Bruno Omori, presidente da associação.
Tal perspectiva deve mudar, pelo menos nos planos do empresário francês Alexandre Allard, proprietário do projeto Cidade Matarazzo, próximo à Avenida Paulista, que tem custo estimado em R$ 1 bilhão. O complexo, previsto para 2019, abrigará um hotel da bandeira Rosewood, projetado pelo renomado arquiteto Jean Nouvel. “São Paulo sempre foi a capital econômica, e agora está se tornando também a capital cultural. Essa mudança aumentará o turismo de luxo”, diz ele.
Já a rede canadense Four Seasons deve abrir neste ano seu primeiro empreendimento no Brasil. O D.O.M hotel, do chef Alex Atala, é o quarto endereço a chegar na cidade. Previsto para 2021, ficará na esquina da Rua Augusta com a Alameda Franca, nos Jardins. /F.M