Escritórios compartilhados mudam modelo e estrutura do trabalho
Novo estilo cresce rapidamente no Brasil e no mundo e ajuda a transformar relação de pessoas de todas as idades com o ambiente profissional
Os modelos de trabalho e as hierarquias vêm sendo rediscutidos. Um levantamento recente da consultoria Accenture mostrou que 76% dos executivos concordam que as organizações estão sob extrema pressão competitiva para ampliar a inovação em sua força de trabalho e estrutura corporativa. Na mesma pesquisa, 85% dos gestores disseram que planejam aumentar o uso de trabalhadores freelancer.
Hoje, aliás, já é uma realidade consumir habilidades profissionais da mesma forma como se compra um serviço ou produto; dessa forma, o vínculo criado é de consumo de força de trabalho sob demanda.
Nesse cenário, o número de escritórios compartilhados cresce rapidamente no mundo e também no Brasil. Isso porque esse tipo de local de trabalho atende não só aos profissionais freelancers que atuam de forma autônoma, mas também às pequenas empresas em fase de crescimento e grandes corporações que buscam um espaço de trabalho diferenciado para acomodar determinados departamentos ou o aumento repentino e temporário de suas equipes.
As grandes companhias, vale dizer, já ocupam cerca de 35% dos espaços oferecidos pela WeWork, a maior empresa de escritórios compartilhados do mundo, com cinco endereços no Brasil: quatro em São Paulo e um no Rio de Janeiro. O departamento de inovação da consultoria EY, por exemplo, está sediado em um dos endereços da WeWork na capital paulista.
Fundada em 2010 com a abertura de um escritório compartilhado em Nova York, nos Estados Unidos, a WeWork vem apresentando um crescimento rápido desde então.
Em 2017, ano em que chegou ao Brasil, a empresa registrou a sua maior expansão até então em número de usuários de seus espaços, alcançando uma comunidade global de mais de 210 mil pessoas.
Hoje, são 242 endereços em 72 cidades ao redor do mundo, em 21 países. “Um dos grandes diferenciais da WeWork é como os fundadores conseguiram criar a cultura de comunidade dentro dos espaços”, afirma Ary Krivopisk, diretor de Real Estate da WeWork para a América Latina.
Os escritórios compartilhados da WeWork são desenhados para estimular conexões entre os usuários. Corredores mais estreitos, por exemplo, aumentam a chance de que as pessoas interajam ao passarem uma pelas outras. As salas privativas, todas com paredes de vidro, facilitam o entra e sai, pois quem vê o interior dos espaços e estabelece antes um contato visual se sente mais confortável para interromper quem está do lado de dentro. Além disso, nas áreas comuns, há café e cerveja à vontade. “Há vários anos a WeWork vem estudando o comportamento das pessoas para pensar em como energizar o espaço e promover um ambiente onde as pessoas não se limitem”, afirma Krivopisk.
O time da WeWork, responsável por manter o funcionamento dos escritórios, também promove uma série de eventos. Entendendo quem é a comunidade que habita o endereço, a equipe realiza palestras, encontros e workshops que estimulam a conexão entre os profissionais que trabalham no espaço. “Quando você está perto das pessoas, sabe do que elas precisam”, diz o executivo.
Ao oferecer tudo isso, a WeWork procura realizar sua missão de criar uma verdadeira comunidade, um lugar onde as pessoas entrem como um indivíduo, “eu”, e se tornem parte de um grande “nós”. Um lugar para redefinir o sucesso, medido não apenas pelos resultados dos negócios, mas também pela realização pessoal.
Ao ver e acreditar no potencial de cada membro de sua comunidade, a WeWork lançou, em 2017, o WeWork Creator Awards, um prêmio que celebra pessoas e empresas que estão gerando impacto positivo, conduzindo uma mudança real no mundo. No Brasil, a primeira edição do prêmio acontecerá em 2018. “O Brasil é um país muito empreendedor, e oferecer uma plataforma para o brasileiro poder empreender e levar suas iniciativas de impacto para o mundo é razão de grande satisfação para a WeWork”, conclui Krivopisk.
Quando você está perto das pessoas, sabe do que elas precisam”, afirma Ary Krivopisk, diretor de Real Estate da WeWork para a América Latina.