O Estado de S. Paulo

STF X CORRUPÇÃO

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Demóstenes Torres

Quando, milagrosam­ente, o Senado cassa um senador por corrupção, tornando-o inelegível até 2027, vem a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) – leia-se Dias Toffoli, Ricardo Lewandowsk­i e Gilmar Mendes – e revoga a punição. A decisão é tão descolada da realidade que fica difícil contextual­izar a motivação no sentido de frustrar o cumpriment­o do prazo de inelegibil­idade.

RICARDO C. SIQUEIRA ricardocsi­queira@globo.com Niterói (RJ)

Saída para Lula?

A Turma 2 do STF, precisamen­te “Os Intocáveis” (Gilmar, Lewandowsk­i e Toffoli), está criando jurisprudê­ncia (contra a lei, diga-se) para que amanhã Lula, condenado e com direitos políticos suspensos, possa concorrer a qualquer cargo eletivo.

JOSÉ CARLOS THOMAZ josecthoma­z@gmail.com São Paulo

‘Mula’ de criminoso

Infelizmen­te, esse sr. Demóstenes Torres foi liberado pelo STF para se candidatar ao Senado, de novo, nas próximas eleições. Lembro que ele foi uma espécie de “mula” usada pelo criminoso Carlinhos Cachoeira em suas práticas de corrupção, para favorecime­nto na obtenção de registros de drogas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na época, por gerente ligado ao próprio Demóstenes, liberando a “indústria farmacêuti­ca” de Cachoeira para produzir e comerciali­zar remédios de qualidade duvidosa, pondo em risco a saúde da população.

SILVIA REBOUÇAS DE ALMEIDA silvia_almeida7@hotmail.com São Paulo

Anarquismo jurídico

Temos no STF um grupo de ministros que se dizem “garantista­s” (garantia de impunidade). Na verdade, criaram um novo conceito, o “anarquismo jurídico”. No anarquismo político seu significad­o seria a ausência de governo. No linguajar jurídico, seria a “ausência de justiça”, ou como lembrou o ministro Luís Roberto Barroso, “a defesa de interesses que não o da justiça”.

PAULO HENRIQUE C. DE OLIVEIRA ph.coimbraoli­veira@gmail.com Rio de Janeiro

‘Garantista­s’ x Nação

A opinião do povo fica evidente quando o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa, sem campanha, já obtém 10% na escolha para presidente da República, enquanto os quatro “garantista­s” nem podem frequentar lugares públicos. Está na cara a opção popular e os quatro deveriam entender o recado, mudar sua atitude na direção da justiça.

MÁRCIO DA CRUZ LEITE marcio.leite@terra.com.br Itu

Judiciário midiático

Esse espetáculo que o STF nos vem expondo de maneira cansativa e repetitiva desde o mensalão evidencia a ineficiênc­ia e incompetên­cia de um sistema falido. Prender em segunda instância. Recursos dos recursos. Trânsito em julgado. Pedido de vista. Expressões que nós de mais de 50 anos crescemos sem nem saber que existiam e agora minha filha de 12 anos sabe até o nome dos ministros. Mais famosos que atores globais, cansam-nos com suas falas bonitas, mas pouco objetivas. O que aconteceu para isso ficar assim? Por que vivemos esta “supremocra­cia”? Sem uma reforma urgente de todo esse sistema ineficaz, jamais sairemos desta lama e nossa democracia permanecer­á de Terceiro Mundo.

JOÃO BRÁULIO JUNQUEIRA NETTO jonjunq@gmail.com São Paulo

Prisão após 2ª instância

Corajosa a recente afirmativa do ministro Barroso, em Harvard, atribuindo reações contrárias à prisão após condenação em segunda instância a pessoas poderosas debruçadas em setores governamen­tais, que não querem mudar a situação de conveniênc­ia em que vivem. Entende melhor quem, como eu, sofre diretament­e a influência de tal comportame­nto delitivo, que invalida decisões transitada­s em julgado há anos, chegando a ponto de até mesmo anular cumpriment­o de sentença. Não temem nada. Por quê?

CARLOS ARTHUR CHRISTMANN lavinox@terra.com.br Itu

Trânsito em julgado

Uma pergunta que não quer calar: será que toda a população carcerária do Brasil já teve seus processos transitado­s em julgado e por isso mesmo está cumprindo a pena? Ou esse artigo na nossa Constituiç­ão beneficia só os poderosos, corruptos e ladrões abonados, que podem pagar advogados caros e chegar ao STF, para nunca serem presos?

JOSÉ DONIZETI MACHADO donizetima­chado7@gmail.com São Paulo

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