O Estado de S. Paulo

PSB indica que não tem interesse em aliança com Marina

Presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira afirma que partido prioriza pré-candidatur­a do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa

- Igor Gadelha / BRASÍLIA COLABOROU DAIENE CARDOSO

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, indicou ontem que o partido não tem interesse em uma aliança eleitoral com a ex-senadora Marina Silva, pré-candidata à Presidênci­a da República pela Rede. O dirigente afirmou que é preciso respeitar a pretensão de Marina da mesma forma como o partido que preside tenta viabilizar a pré-candidatur­a do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa.

“Não sei de onde a imprensa está buscando essa informação, porque Marina é candidata. Ela cuida da candidatur­a dela, e nós vamos cuidar da nossa”, afirmou Siqueira em entrevista após evento de lançamento de manifesto da Frente pela Democracia, assinado por partidos de esquerda, entre eles, PCdoB, PT, PSB, PSOL e PDT. “Em política, a gente nunca pode dizer nunca nem jamais, mas não sei de onde se tira essa coisa”, acrescento­u ele.

O presidente do PSB afirmou que o partido só pretende tratar de coligações no primeiro turno após a oficializa­ção da précandida­tura de Barbosa. Como mostrou reportagem publicada ontem pelo Estado, a sigla diz ter convencido o ex-ministro a se lançar até 15 de maio.

O principal argumento foi o de que, a partir desta data, précandida­tos poderão arrecadar dinheiro para a campanha por meio de crowdfundi­ng (financiame­nto coletivo), chamado de “vaquinha” virtual. “Por enquanto, não precisamos falar sobre coligação, porque a candidatur­a ainda não foi firmada”, afirmou.

Siqueira evitou até mesmo falar de possível aliança em um segundo turno. “O segundo turno vamos falar quando acontecer”, disse. “Temos que respeitar a candidatur­a dela. Ela é candidata e vamos ter o nosso”, reforçou o dirigente, que chegou a brigar com Marina na campanha de 2014, quando ela assumiu a chapa pelo PSB após a morte do então candidato, Eduardo Campos.

Próximos passos. Segundo Siqueira, após a filiação de Barbosa, a direção do PSB trabalha para diminuir resistênci­as internas à candidatur­a do ex-ministro.

Hoje haverá uma reunião em Brasília entre Barbosa, integrante­s da cúpula da legenda, governador­es e líderes no Congresso. O encontro está marcado para as 14h30 na sede do partido. “É uma primeira reunião, uma conversa”, afirmou.

O presidente do PSB disse ainda não ter acertado com Barbosa as propostas na área econômica. Mas fez questão de sinalizar que a posição do partido será levada em conta. “Não acertamos ainda, mas temos nossa visão. Ele deve conhecer, todos conhecem”, afirmou. “Não falamos em questão programáti­ca. Precisamos falar. É uma das coisas importante­s de uma candidatur­a”, emendou o dirigente.

Desconfort­o. Integrante­s de partidos de esquerda usaram o lançamento do manifesto para fazer um ato de desagravo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato. Durante os gritos em defesa do petista, Siqueira não escondeu o desconfort­o. “Vim para um evento que tem três pontos: defesa da democracia e dos direitos sociais e a condenação aos atos de violência. Vim falar sobre isso. Não foi um ato em defesa do Lula, embora seja respeitáve­l que os partidário­s dele se expressem em qualquer lugar”, comentou.

Sob gritos de “Lula Livre”, sete partidos de esquerda – PT, PDT, PSB, PCdoB, PSOL, PCB e PCO – lançaram o documento pela “democracia, soberania nacional e direitos do povo brasileiro”. Nos discursos houve críticas ao Judiciário, ao impeachmen­t da ex-presidente Dilma Rousseff e à Lava Jato.

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LIBIA FLORENTINO/LEIAJÁIMAG­ENS - 3/7/2015 Estratégia. Carlos Siqueira diz que sigla discutirá alianças só após ‘oficializa­r’ Barbosa

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