OS DESAFIOS DE DÍAZ-CANEL
Economia
Cuba mantém em circulação duas moedas: o CUP, o peso cubano, chamado pelos habitantes da ilha de “moeda nacional”, e o CUC, o peso cubano conversível, moeda com a qual turistas fazem negócios. O primeiro desafio de Díaz-Canel seria enfrentar a unificação monetária. Também terá de lidar com a série de reformas para modernizar a economia cubana e facilitar a vida de pequenos empresários e comerciantes, iniciadas por Raúl em 2009 e praticamente congeladas desde 2016.
Investimento externo
Uma nova lei de investimentos externos de 2014 abriu a maior parte da economia, reduziu tarifas em 50% e proporcionou mais flexibilidade para investidores estrangeiros. Uma zona especial de desenvolvimento, no estilo chinês, foi aberta em Mariel, perto de Havana, com reduções de impostos e tarifas. É preciso ver até onde Díaz-Canel levará essa abertura.
Luta interna
Em um vídeo que algum desafeto de Díaz-Canel deixou vazar, o novo presidente acusa meios de comunicação cubanos de promover “estereótipos de guerra cultural” e promover “ações subversivas”. Observadores acreditam que o vazamento demonstra traços de desprestígio do político entre seus próprios companheiros. É provável que Raúl Castro, que permanecerá até 2021 como primeiro secretário do Partido Comunista, proteja seu pupilo.
Política externa
Uma das poucas ideias que DíazCanel deixou transparecer é sua aversão aos EUA. Em uma reunião meses atrás, ele usou a retórica comunista mais agressiva contra os EUA: “o governo dos EUA invadiu Cuba, instaurou o embargo, impôs medidas restritivas”. Se a aproximação entre americanos e cubanos no governo Obama foi enterrada por Donald Trump, com Díaz-Canel no poder, tem ainda menos chances de prosperar.