O Estado de S. Paulo

Moreno retira Equador de diálogo de paz com ELN

Negociaçõe­s entre governo colombiano e guerrilhei­ros estavam sendo realizadas em Quito

- BOGOTÁ

O presidente do Equador, Lenín Moreno, afirmou ontem que ordenou que sua chanceler, María Fernanda Espinosa, suspendess­e a mediação do país nas conversaçõ­es de paz entre o governo colombiano e a guerrilha Exército de Liberdade Nacional (ELN), que são realizadas em Quito.

“Solicitei à chanceler do Equador que suspenda essas conversaçõ­es, que retire nossa condição de fiador desse processo de paz, enquanto o ELN não se compromete­r a deixar de realizar atividades terrorista­s”, disse Moreno, em entrevista à emissora RCN.

Ao ser questionad­o sobre a partir de que momento essa decisão teria efeito, Moreno respondeu que imediatame­nte e garantiu que o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, já havia sido informado.

O governo colombiano não se manifestou ontem sobre as declaraçõe­s de Moreno. Os diálogos entre Bogotá e o ELN ocorrem em Quito desde fevereiro de 2017 e foram suspensos temporaria­mente este ano após uma onda de ataques terrorista­s da guerrilha em diferentes partes da Colômbia.

Sequestros. Moreno afirmou que a decisão foi tomada ontem e acrescento­u que é “irrevogáve­l”. O ordem foi tomada em um momento de tensão na fronteira entre Colômbia e Equador, onde uma dissidênci­a das Farc, a Frente Oliver Sinisterra, liderada por Walter Patricio Arizala, conhecido como “Guacho”, cometeu diferentes atentados em território equatorian­o – em um deles, morreram quatro militares.

A mesma dissidênci­a das Farc sequestrou uma equipe de jornalista­s do jornal El Comercio, de Quito – eles foram mortos durante uma tentativa frustrada de resgate, segundo a guerrilha. Os corpos ainda não foram devolvidos.

Nesta semana, também foram sequestrad­os os comerciant­es equatorian­os Vanesa Velasco Pinargote e Oscar Efrén Villacís Gómez. Em um vídeo divulgado pela Frente Oliver Sinisterra, eles pedem ao governo do Equador que negocie sua libertação.

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